Nesta terça-feira, 10, pesquisadores da FEE participaram do debate “Porto Alegre em perspectiva: alguns dados que desenham o perfil socioeconômico da capital gaúcha”, na 61ª Feira do Livro de Porto Alegre. É a 34ª vez que a FEE está presente na Feira.
Thomas Kang, economista da FEE, apresentou dados de educação, pobreza e saúde de Porto Alegre. O pesquisador afirma que, em geral, a capital gaúcha apresenta resultados melhores que o Estado em saúde e renda. Já na área da educação, o panorama é diferente. “Preocupa a situação da educação dos estudantes da rede pública em Porto Alegre, com desempenho pior do que a média da rede pública do Estado”, avalia Thomas. “A questão educacional deve ser levada muito a sério para fundamentar a criação de políticas públicas governamentais”, acrescenta.
As pesquisadoras da FEE Daiane Menezes e Ana Júlia Possamai apresentaram uma proposta para medir o desenvolvimento humano e o bem-estar urbano em regiões metropolitanas (RMs) e capitais do Brasil. A ideia foi juntar o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) – índice já tradicional que substituiu a antiga forma de medir o desenvolvimento de regiões apenas através do PIB – com o Índice de Bem-Estar Urbano (IBEU). “A questão urbana é importante porque em torno de 85% dos brasileiros vivem em cidades. Adicionando aos indicadores longevidade, educação e renda, os indicadores de mobilidade urbana, condições ambientais e habitacionais, atendimento de serviços urbanos coletivos e infraestrutura urbana, temos como resultado o fato de que a Região Metropolitana de Porto Alegre melhora de posição em relação às demais RMs estudadas, porém, a cidade de Porto Alegre piora seu desempenho em relação às outras capitais”, avalia Daiane. “Ao analisar mais detidamente as dimensões do IBEU percebemos que nossa cidade tem seu melhor desempenho na mobilidade urbana, já que os cidadãos porto-alegrenses gastam menos tempo no deslocamento casa-trabalho do que a média dos núcleos das Regiões Metropolitanas”, destaca Ana Júlia. As pesquisadoras avaliam ainda que Porto Alegre tem um bom desempenho nas condições ambientais e habitacionais, mas precisa investir mais em serviços coletivos e infraestrutura, se quiser alcançar uma colocação média no ranking das capitais.
A economista Iracema Castelo Branco, coordenadora do Núcleo de Análise Socioeconômica e Estatística da FEE, falou sobre o mercado de trabalho em Porto Alegre nos últimos dez anos e revelou que o desemprego na capital gaúcha é menor do que na Região Metropolitana. As informações, captadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA), indicam que a queda acentuada da taxa de desemprego em Porto Alegre tem sido uma tendência na última década, até 2014. “Esse resultado é decorrente da geração de novos postos de trabalho e da relativa estabilidade da População Economicamente Ativa (PEA). A partir de 2015, observa-se uma inversão nessa tendência, diante da elevação do desemprego, ocasionado, principalmente, pela redução do nível ocupacional”, analisa Iracema. “Já o rendimento médio real dos residentes em Porto Alegre, que registrou forte elevação no período de 2004 a 2014, vem apresentando redução em 2015”, pontua.
Confira as fotos da divulgação e as apresentações dos pesquisadores:
Indicadores Sociais: RS e Porto Alegre – Thomas Kang
Desenvolvimento Humano e Bem-estar urbano na cidade de Porto Alegre – Ana Júlia Possamai e Daiane Menezes
Mercado de Trabalho na Cidade de Porto Alegre – Iracema Castelo Branco
Gisele Reginato – Jornalista