As exportações do RS somaram 8 bilhões de dólares no primeiro semestre de 2015, redução de quase 10% no valor exportado em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo com maior volume, a receita das exportações caiu devido à redução de preços dos produtos exportados. É o que revela o Índice das Exportações gaúchas divulgado nesta quinta-feira, 23, pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
O primeiro semestre de 2015 foi o pior semestre para as exportações gaúchas desde 2010 em termos de valor exportado. Apesar disso, o desempenho do RS foi melhor que o observado no Brasil, que registrou redução de 14,7% no valor exportado. Com o resultado de janeiro a junho deste ano, o RS ocupou a quarta posição no ranking nacional dos estados exportadores, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A queda de preço e crescimento de volume se verificou tanto na agropecuária quanto na indústria de transformação. O que puxou negativamente o setor da agropecuária foi a redução em valor da venda de soja para a China. “A soja é o principal produto da pauta exportadora do RS. Com a persistente e generalizada redução dos preços das commodities, as exportações da oleaginosa retraíram-se em 14,3%. Apesar desse recuo, as vendas de soja permanecem em um patamar elevado em relação aos primeiros semestres dos anos anteriores”, avalia o pesquisador em Economia da FEE Tomás Torezani.
O preço das commodities começou a cair com intensidade a partir do segundo semestre do ano passado. Tomás explica que, como a pauta exportadora do RS é bastante concentrada na soja e nos produtos derivados (farelo de soja, óleo de soja), vendemos a um preço bem menor do que vendemos no primeiro semestre de 2014. “Com isso, ocorre a perda de valor, mesmo tendo crescido em volume. A soja cresceu mais de 15% em volume, mas como o preço está muito abaixo do que foi verificado no mesmo período do ano anterior, então o valor exportado cai”, avalia o pesquisador.
Na indústria de transformação, a retração foi puxada, principalmente, pela redução no valor exportado de: derivados de petróleo; máquinas e equipamentos; produtos alimentícios; couros e calçados; e químicos. Os dados indicam que essa redução foi compensada, em parte, pelo crescimento do setor de fumo e de veículos, reboques e carrocerias. Mesmo assim, dentre as 24 divisões da indústria de transformação, apenas quatro registraram variação positiva no valor exportado.
Quanto aos países de destinos dos produtos gaúchos, os três principais são, respectivamente: China, Argentina e Estados Unidos. As maiores variações do valor exportado por destino em relação ao 1º semestre de 2014 foram concentradas em poucos produtos. A venda de soja cresceu para o Vietnã e caiu para a China e para os Estados Unidos. Já a exportação de trigo aumentou para Bangladesh e a de carnes suínas cresceu para a Rússia. As vendas de óleo diesel para o Paraguai caíram.
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