As exportações gaúchas tiveram um decréscimo de US$ 17,5 milhões em abril. Apesar disso, o RS ocupou a segunda posição nas exportações nacionais. É o que revelam os dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE), divulgados nesta quinta-feira (21).
O valor alcançado nas exportações do Estado foi de US$ 1,6 bilhão, resultando em redução de valor (-1,1%) e preço (-20,3%) e aumento de volume (24,1%), em relação ao mesmo mês de 2014. Segundo o Pesquisador em Economia da FEE Tomás Torezani, as exportações gaúchas tiveram queda apesar do aumento do volume em função da forte variação dos setores da indústria. “A indústria teve um baixo desempenho em abril. Dos 22 setores analisados, 14 tiveram crescimento negativo. Esse resultado colaborou para a queda das exportações, que só não tiveram redução maior em função do aumento das exportações de soja”, avalia Tomás.
No mês de abril, o RS ocupou a segunda posição nas exportações nacionais, abaixo de São Paulo e acima de Minas Gerais. No mesmo mês do ano passado, o RS ocupava a quinta posição. “Esse resultado é fruto da forte queda no valor exportado por outros estados importantes nas exportações brasileiras, como Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso e Rio de Janeiro”, indica Tomás.
Os dados da FEE apontam a queda de US$ 50,4 (-5,2%) milhões das exportações da indústria de transformação, com redução nos setores de: produtos alimentícios, derivados de petróleo, couros e calçados, máquinas e equipamentos, máquinas e materiais elétricos, fumo e veículos automotores. Também em abril registrou-se o crescimento de US$ 36,0 milhões (30,0%) no setor de produtos químicos. Na agropecuária, o destaque é para os aumentos de US$ 98,0 milhões (18,1%) das exportações de soja e de trigo. “Historicamente, a soja está na pauta das exportações gaúchas em abril e se sustenta com valores significativos até agosto”, indica Tomás.
Acumulado do ano
No acumulado dos quatro primeiros meses de 2015, as exportações do RS registraram US$ 4,7 bilhões, valor que representou uma diminuição de US$ 186,8 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior. A variação do volume foi positiva (13,5%) e bem acima da observada em nível nacional (2,0%). Os preços, por sua vez, tanto no Estado (-15,2%) quanto no País (-18,1%), apresentaram variações negativas.
O economista da FEE Guilherme Risco explica que, no acumulado do ano, o desempenho ruim na indústria é compensado pelo aumento nas exportações agropecuárias. “O aumento na agropecuária se deve à soja, que teve uma safra boa neste ano, e especialmente ao trigo. Apesar de não ser um produto típico na pauta das exportações gaúchas, o trigo teve uma safra ruim, se tornando mais atrativo para países que preferem o produto com pior qualidade e mais barato”.
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