Na tarde desta quarta-feira (2), a Fundação de Economia e Estatística promoveu o debate Os desafios do RS na era dos emergentes. A discussão é parte da programação de lançamento da primeira edição do Panorama Internacional FEE, publicação bilíngue (português e inglês) sobre as interações do RS no cenário global.
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(E) Fernando Lara (Editor do Panorama e Economista da FEE), Igor Morais (Presidente da FEE) e Robson Valdez (Pesquisador em Relações Internacionais da FEE)
O presidente da FEE, Igor Morais, afirma que o Panorama Internacional vem preencher uma lacuna de estudos e se firma como um canal importante para compreender a relação do RS com o mercado internacional. “Não há como pensar a economia gaúcha sem investigar a relação com o cenário mundial. Vários assuntos têm impacto nessa relação. Além das exportações gaúchas, tema desta edição do Panorama, outros assuntos como as migrações serão pensadas para os próximos números”, ressalta.
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Da esquerda para direita: Paulo Vizentini (UFRGS), Marcos Tadeu Caputi Lélis (UNISINOS), Robson Valdez (FEE) e Luciano D’Andrea (FIERGS)
Paulo Vizentini, Professor Titular de Relações Internacionais da UFRGS, avalia também que compreender o cenário nacional e mundial é fundamental para pensar propostas para a economia gaúcha. “Esse novo mundo que emerge é pouco conhecido e é preciso ações para pensar a realidade internacional. A FEE sempre fez trabalhos pontuais nessa área, mas agora se consolida com essa publicação”. O pesquisador traz uma visão estratégica para o RS, sugerindo que não basta apresentar estudos provando que os mercados emergentes são importantes, mas que é necessário também um esforço de articulação junto às esferas decisórias do Estado.
O Professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da UNISINOS, Marcos Tadeu Caputi Lélis, aponta que o mercado dos BRICS é importante como estratégia para o RS e que quem puxa os países emergentes são os asiáticos. “A Ásia é o grande parque industrial do mundo hoje. Na dinâmica do mercado internacional, os países desenvolvidos acabam dominando o controle da produção (design e inovação) e os países em desenvolvimento ficam como responsáveis pela montagem, já que a parte da produção pode ser feita no lugar que oferece as melhores condições competitivas. E hoje quem oferece as melhores vantagens competitivas, como mão de obra mais barata, é a Ásia”, avalia.
O Gerente de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIERGS, Luciano D’Andrea, aponta que alguns dos desafios para os mercados emergentes são reduzir a dependência externa dos desenvolvidos e reduzir riscos da globalização financeira, assim como identificar agendas estratégicas convergentes e intensificar trocas comerciais. “O objetivo maior dos BRICS é converter poder econômico em maior influência geopolítica”, pontua. Confira a entrevista com Luciano D’Andrea sobre esse tema no Panorama Internacional FEE.
Acesse o vídeo com a íntegra das palestras. Também está disponível online a apresentação de Luciano D’Andrea e de Marcos Lélis.