Na tarde desta quarta-feira (2), a Fundação de Economia e Estatística promoveu o debate Os desafios do RS na era dos emergentes. A discussão é parte da programação de lançamento da primeira edição do Panorama Internacional FEE, publicação bilíngue (português e inglês) sobre as interações do RS no cenário global.
O presidente da FEE, Igor Morais, afirma que o Panorama Internacional vem preencher uma lacuna de estudos e se firma como um canal importante para compreender a relação do RS com o mercado internacional. “Não há como pensar a economia gaúcha sem investigar a relação com o cenário mundial. Vários assuntos têm impacto nessa relação. Além das exportações gaúchas, tema desta edição do Panorama, outros assuntos como as migrações serão pensadas para os próximos números”, ressalta.
Paulo Vizentini, Professor Titular de Relações Internacionais da UFRGS, avalia também que compreender o cenário nacional e mundial é fundamental para pensar propostas para a economia gaúcha. “Esse novo mundo que emerge é pouco conhecido e é preciso ações para pensar a realidade internacional. A FEE sempre fez trabalhos pontuais nessa área, mas agora se consolida com essa publicação”. O pesquisador traz uma visão estratégica para o RS, sugerindo que não basta apresentar estudos provando que os mercados emergentes são importantes, mas que é necessário também um esforço de articulação junto às esferas decisórias do Estado.
O Professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da UNISINOS, Marcos Tadeu Caputi Lélis, aponta que o mercado dos BRICS é importante como estratégia para o RS e que quem puxa os países emergentes são os asiáticos. “A Ásia é o grande parque industrial do mundo hoje. Na dinâmica do mercado internacional, os países desenvolvidos acabam dominando o controle da produção (design e inovação) e os países em desenvolvimento ficam como responsáveis pela montagem, já que a parte da produção pode ser feita no lugar que oferece as melhores condições competitivas. E hoje quem oferece as melhores vantagens competitivas, como mão de obra mais barata, é a Ásia”, avalia.
O Gerente de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIERGS, Luciano D’Andrea, aponta que alguns dos desafios para os mercados emergentes são reduzir a dependência externa dos desenvolvidos e reduzir riscos da globalização financeira, assim como identificar agendas estratégicas convergentes e intensificar trocas comerciais. “O objetivo maior dos BRICS é converter poder econômico em maior influência geopolítica”, pontua. Confira a entrevista com Luciano D’Andrea sobre esse tema no Panorama Internacional FEE.
Acesse o vídeo com a íntegra das palestras. Também está disponível online a apresentação de Luciano D’Andrea e de Marcos Lélis.