O mês de agosto registrou um saldo negativo de 1.738 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul, com um total de 11.502 admissões e 13.240 desligamentos, o que representa uma queda de 0,5% no número total de empregos formais do setor, comparativamente a julho de 2016. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6) pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). Trata-se do quinto mês consecutivo de perda de empregos no Rio Grande do Sul. Comparativamente a agosto de 2015, o estoque de empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho apresenta queda de 1,3%.
Dois dos três segmentos que compõem o agronegócio registraram saldo positivo de empregos em agosto. No segmento “dentro da porteira”, formado de atividades características da agropecuária, foram criados 735 postos de trabalho, o que equivale a uma alta de 0,9% no estoque. Os setores de destaque nesse segmento foram os de produção de lavouras temporárias (mais 404 postos; alta de 1,3% no estoque) e permanentes (mais 171 postos; alta de 1,9% no estoque). Segundo Rodrigo Feix, economista e coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da FEE, “esses resultados indicam maior mobilização de mão de obra para a finalização da safra de inverno e início do cultivo da próxima safra de verão”.
No segmento “antes da porteira”, composto de atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária, houve criação de 555 postos formais de trabalho (alta de 1,4% no estoque de empregos em relação a julho). O destaque foi o setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários que voltou registrar saldo positivo de empregos (mais 338 postos) depois de 24 meses de queda.
O segmento “depois da porteira”, composto predominantemente de atividades agroindustriais, foi o único com perda de empregos formais no agronegócio gaúcho em agosto (menos 3.028 postos; queda de 1,5% no estoque). “A intensificação dos desligamentos no setor de fabricação de produtos do fumo foi a principal responsável por esse desempenho. Trata-se de um movimento que se acentua no mês de agosto de cada ano, quando parte da mão de obra contratada pelo setor no primeiro semestre é desmobilizada”, pontua Feix.
Acumulado do ano
Apesar da perda de postos de trabalho nos últimos cinco meses, no acumulado do ano o saldo de empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho continua positivo. Entre janeiro e agosto de 2016 foram criados 1.868 postos de trabalho, o que representa uma alta de 0,6% em relação ao estoque de empregos formais de 31 de dezembro de 2015. O resultado é muito similar ao verificado em igual período de 2015, quando o saldo foi de 1.925 empregos.
Confira a íntegra dos dados sobre o emprego celetista no agronegócio em agosto e a Série Histórica de Empregos Formais, atualizada com base nas últimas informações da Relação Anual de Informações Sociais, referentes ao ano de 2015.
Anelise Rublescki
Jornalista