A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulgou nesta quinta-feira (8) que, no mês de outubro, foi registrado saldo positivo de 2.958 empregos formais celetistas no agronegócio no Rio Grande do Sul. Com 321.178 postos de trabalho com carteira assinada, o setor teve 0,9% de crescimento em relação a setembro e reverte movimento de queda de seis meses. O saldo positivo registrado em outubro resulta da combinação do crescimento das admissões e da queda dos desligamentos no setor.
Segundo Rodrigo Feix, Coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da FEE, no Rio Grande do Sul “a retomada das contratações de trabalhadores no agronegócio é característica do último trimestre. Nesse período, tanto o comércio atacadista de insumos e produtos agropecuários são aquecidos em razão do desenrolar da safra de grãos”.
O movimento de criação de postos de trabalho foi generalizado entre os três segmentos do agronegócio gaúcho: “antes”, “dentro” e “depois da porteira”. O destaque foi o segmento “depois da porteira”, composto predominantemente de atividades agroindustriais, que registrou a abertura de quase 1.800 postos de trabalho em outubro. Os setores com maior criação de vagas foram os de comércio atacadista de produtos agroindustriais e fabricação de conservas.
Por outro lado, a fabricação de produtos do fumo registra a maior perda de empregos celetistas no agronegócio gaúcho. “Nesse setor, a desmobilização da mão de obra contratada temporariamente para realizar o beneficiamento do fumo colhido nos primeiros meses do ano está praticamente concluída”, sinaliza Feix.
Acumulado do ano
Apesar de ter registrado perda de empregos formais entre abril e setembro, no acumulado do ano o saldo continua positivo no agronegócio gaúcho. Entre janeiro e outubro foram gerados 4.315 postos de trabalho, o que representa uma alta de 1,4% em relação ao número de empregos formais existentes em 31 de dezembro de 2015. Esse saldo é significativamente superior ao observado no mesmo período de 2015, quando haviam sido criados apenas 351 postos de trabalho no agronegócio gaúcho nos dez primeiros meses do ano.
Os principais setores responsáveis por esse desempenho são os de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 2.049 postos; alta de 5,2% no estoque), de produção de lavouras permanentes (mais 1.200 postos; alta de 15,6% no estoque) e de produção florestal (mais 694 postos; alta de 13,0% no estoque). Os setores com pior desempenho foram os de produção de sementes e mudas certificadas (menos 515 vagas; queda de 28,3% no estoque) e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (menos 347 postos; queda de 1,5% no estoque).
Para Feix, a atenta análise do mercado de trabalho revela sinais consistentes de início de recuperação em setores importantes do agronegócio gaúcho. Esse é o caso, por exemplo, da indústria de máquinas e implementos que já se beneficia da melhora das condições de investimento na agricultura. Apesar do saldo negativo no acumulado do ano, houve criação de empregos nos últimos três meses, resultado não observado desde o primeiro trimestre de 2014.
Acesse a íntegra dos dados sobre o emprego formal no agronegócio aqui.
Anelise Rublescki
Jornalista