A Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE) e as demais instituições estaduais em conjunto, sob a coordenação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgaram nesta segunda-feira (28/11) os dados das Contas Regionais de 2014 e a série histórica 2002-2014, que evidencia a posição do PIB gaúcho no ranking nacional e fornece indicadores do desempenho da economia do RS em todo o período.
Após crescer 8,5% em 2013, acima da média nacional (3%), a economia gaúcha teve queda de 0,3% em 2014, ano no qual a economia brasileira teve um modesto crescimento de 0,5%. Nesse ano, o Rio Grande do Sul foi a quarta unidade federativa com o pior desempenho em termos de crescimento, ficando à frente apenas de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, que registraram queda de 0,7%, 1,4% e 1,5% respectivamente. É importante destacar que a taxa apurada conjuntamente com o IBGE é bastante próxima àquela apurada pela FEE no PIB trimestral (-0,4%). Antonio Albano de Freitas, economista da FEE, explica que “o resultado foi fortemente impactado pela queda de 5,2% da indústria de transformação, com retração em 27 das suas 33 subatividades”.
Em 2014, o Rio Grande do Sul retomou a quarta posição entre as unidades federativas com maior peso no PIB nacional (6,2%), passando à frente do Estado do Paraná (6,0%). Apesar da variação negativa do PIB gaúcho em 2014 (-0,3%), essa retomada de posição decorreu, sobretudo, da queda ainda maior do estado paranaense no ano. Setorialmente, contribuiu para esta ultrapassagem a evolução do Valor Adicionado (VA) de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, que, de 2013 para 2014, se manteve estável em 4% no RS, mas registrou queda de 12,3% para 11% no Paraná.
Em 2014, o PIB per capita do Rio Grande do Sul foi de R$ 31.927, 12% acima do PIB per capita nacional, que atingiu R$ 28.500. No ranking das unidades federativas, o RS iniciou, em 2002, em quinto lugar, sendo seguido pelo Paraná. Em 2005 e 2006, porém, o RS caiu para o sexto lugar e, em 2007 e 2008, para o sétimo. Entre 2009 e 2011, o Estado voltou a ocupar a sexta colocação e, em 2012 e 2013, voltou a ficar em sétimo lugar, perdendo posição para o Paraná. Em 2014, por sua vez, o RS retomou o sexto lugar, tendo à frente o Espírito Santo.
Ao longo de toda a série 2002-14, o Rio Grande do Sul teve o segundo menor crescimento acumulado no período, atrás apenas do Rio de Janeiro. A taxa de crescimento acumulada do volume do PIB do Estado em 2014 foi de 37,2%, enquanto, no Brasil, foi 50,7% e, no Rio de Janeiro, 34,8%. As unidades da Federação que detinham menor participação no PIB nacional em 2002 foram as que apresentaram maior taxa de crescimento acumulada do volume do PIB no período.
O Coordenador do Núcleo de Contas Regionais do Centro de Indicadores Econômicos e Sociais da FEE, economista Roberto Rocha, explica que “os resultados da série são muito impactados pelos efeitos da seca de 2005. A taxa acumulada desde lá pelo Rio Grande do Sul é muito próxima da média nacional e só perde, dentre as grandes economias, para São Paulo.”
Confira a íntegra dos dados aqui.
Anelise Rublescki – jornalista FEE