O primeiro mês de 2017 registrou relativa estabilidade no desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre conforme a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMPA), apresentada na FEE nesta quarta-feira, 22. De dezembro de 2016 para janeiro de 2017, a taxa passou de 10,7% para 10,6% da População Economicamente Ativa (PEA), com uma estimativa de 195 mil desempregados, 8 mil pessoas a menos que no mês anterior. Esse resultado deveu-se ao fato de que a redução do contingente de ocupados (menos 43 mil, -2,5%) foi menor que a saída de pessoas do mercado de trabalho da Região (menos 51 mil, -2,7%). A queda do nível ocupacional na RMPA foi de 2,5%, com 1.649 mil ocupados. “Houve um aumento dos inativos, principalmente pessoas com mais de 60 anos, mantendo essa tendência, mas não dá ainda para dizer que a estabilidade verificada seja um sinal de recuperação do mercado de trabalho”, alerta Iracema Castelo Branco, economista da FEE. Para a economista do DIEESE, Virgínia Donoso, as incertezas pelas novas regras da previdência estão favorecendo a busca por aposentadorias. “Quem está com possibilidade de se aposentar, está saindo”, explica.
A maior redução percentual dentre os setores de atividade econômica analisados foi na construção (menos 10 mil ocupados, ou -7,8%). Nos serviços foram menos 45 mil ocupados (-4,7%) e no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, menos 7 mil ocupados (-2,2%). A indústria de transformação registrou aumento de ocupação, com mais 15 mil ocupados (+ 5,5%). “A indústria tem apresentado sinais positivos devido ao aumento das contratações no setor calçadista, que é intensivo em trabalho e tem se favorecido com o crescimento das exportações”, pondera Iracema.
Segundo a posição na ocupação, diminuiu o contingente de assalariados (menos 11 mil, ou -0,9%) devido à redução no setor público (menos 17 mil, ou -8,7%), uma vez que houve aumento no setor privado (mais 6 mil, ou 0,6%). No âmbito do setor privado, houve aumento do emprego com carteira (mais 5 mil, ou 0,6%) e relativa estabilidade do sem carteira (mais 1 mil, ou 1,2%). Em relação aos demais contingentes, constataram-se redução para os trabalhadores autônomos (menos 29 mil, ou -11,7%) e empregados domésticos (menos 3 mil, ou -3,0%) e estabilidade para o agregado demais posições, que inclui empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais, etc.
De novembro a dezembro de 2016, o rendimento médio real apresentou pequeno aumento para o total de ocupados (0,5%), para os assalariados (0,4%) e, com maior intensidade, para os trabalhadores autônomos (8,0%), passando a corresponder R$ 1.924, R$ 1.912 e R$ 1.750 respectivamente. A economista do DIEESE Virgínia Donoso avalia que o leve aumento dos rendimentos para o mês de dezembro já é um sinal positivo face à perda acumulada nos últimos dois anos.