O desemprego aumentou na Região Metropolitana de Porto Alegre, passando de 10,1% da População Economicamente Ativa (PEA) em fevereiro para 10,7% em março. É o que revelam os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMPA) divulgados nesta quarta-feira, 27, pela FEE, pelo DIEESE e pela FGTAS.
O número total de desempregados em março foi estimado em 198 mil pessoas, 12 mil a mais do que em fevereiro. Esse resultado é decorrente da relativa estabilidade do nível ocupacional, combinada com o aumento da População Economicamente Ativa (PEA). Ou seja, “a elevação do desemprego se deve ao fechamento de 2 mil postos de trabalho e do ingresso de 10 mil pessoas no mercado de trabalho à procura de emprego”, explica a economista Iracema Castelo Branco, coordenadora do Núcleo de Análise Socioeconômica e Estatística da FEE.
O ingresso de pessoas no mercado de trabalho pode estar relacionado com o contingente de pessoas que está no final do seguro desemprego e retorna na busca por trabalho. “Os últimos meses registraram a saída de pessoas do mercado de trabalho, o que estava relacionado com a aposentadoria e também com as pessoas que estavam sendo demitidas e não estavam procurando trabalho num primeiro momento. Em março, o incremento da PEA pode estar vinculado com as pessoas que foram demitidas um tempo atrás e que agora passam a procurar emprego novamente”, analisa Iracema.
A análise da PED-RMPA revela ainda que em março o nível ocupacional se manteve estável, registrando redução de 9 mil ocupados na construção e aumento de 4 mil tanto no comércio quanto no setor de serviços. O nível ocupacional na indústria de transformação permaneceu estável. Segundo a posição na ocupação, diminuiu o contingente de assalariados, devido às retrações no setor privado (menos 10 mil) e, em menor intensidade, no setor público (menos 2 mil). “No comparativo de março de 2016 com março de 2015, o setor privado já reduziu 100 mil postos de trabalho com carteira assinada e o setor público diminuiu o número de ocupados em 25 mil”, pontua Iracema.
O rendimento médio real referente ao mês de fevereiro de 2016 apresentou redução para o total de ocupados (-1,9%), para assalariados (-2,5%) e para trabalhadores autônomos (-1,8%). Os salários já acumulam redução de 13,1% no comparativo de 12 meses. A economista Iracema Castelo Branco avalia que a redução de salários pode ser explicada por uma possível rotatividade nos locais de trabalho. “Algumas empresas demitem os trabalhadores com salários mais altos e contratam outros com salário inferior”, argumenta.
Confira os dados completos e as fotos da divulgação.
Gisele Reginato – Jornalista