Desemprego atinge 10,1% na Região Metropolitana de Porto Alegre em fevereiro

A taxa de desemprego total na Região Metropolitana de Porto Alegre atinge os dois dígitos em fevereiro, alcançando 10,1% da População Economicamente Ativa (PEA). Em janeiro, a taxa era de 9,7%. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (30) pela FEE, pelo DIEESE e pela FGTAS.

O número total de desempregados em fevereiro foi estimado em 186 mil pessoas, 6 mil a mais do que no mês anterior. A economista da FEE Iracema Castelo Branco avalia que esse resultado ocorreu em função da redução do nível ocupacional (menos 26 mil), amenizada pela saída de pessoas do mercado de trabalho (menos 20 mil). Na prática, a oferta de vagas é menor mas o número de pessoas procurando emprego também diminuiu. “O nível na ocupação está numa trajetória de queda bastante forte e isso é o que tem contribuído para o aumento do desemprego. Já a saída de pessoas do mercado de trabalho ajuda para que não se tenha um aumento ainda mais forte da taxa”. Iracema destaca que o perfil das pessoas que estão saindo do mercado de trabalho se refere a quem já pode se aposentar, às famílias que conseguem manter os jovens só estudando e as pessoas que retardam a busca por emprego aguardando um cenário mais propício. Iracema também avalia que a queda na ocupação é decorrente da crise. “A economia está encolhendo e isso reduz os postos de trabalho. Num cenário de instabilidade política e econômica, o desemprego está correspondendo a esse nível da queda da ocupação. Para reverter esse cenário, precisamos que haja uma retomada do crescimento da economia”, aponta.

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Da esquerda para direita: Gilberto Baldasso (Diretor Administrativo da FGTAS), Iracema Castelo Branco (Economista FEE), Virgínia Donoso (Economista DIEESE), Rafael Caumo (Coordenador da PED-RMPA na FEE)

Em fevereiro, o nível ocupacional caiu 1,6% nos serviços, 4,5% na indústria de transformação e 4,2% na construção. A economista do DIEESE Virgínia Donoso explica que a indústria vem tendo uma queda forte nos últimos meses e é uma tendência que deve se manter. “Temos um fechamento de 12 mil postos na indústria em fevereiro. É o esperado e deve continuar em função de todos os indicadores que prejudicam a economia”. A pesquisadora acrescenta que a construção ainda não tem um impacto tão grande como na indústria, mas começa a dar sinais de redução no seu contingente. “A construção estava segurando porque ainda existem obras de governo federal e estadual que estão sendo finalizadas. Esse setor ainda não está sendo totalmente afetado pela crise, embora no mês de fevereiro tenha tido uma diminuição de 5 mil postos. Então temos uma diminuição, mas não um impacto tão grande como na indústria”. Já o setor comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas apresentou crescimento em fevereiro.

O rendimento médio real referente ao mês de janeiro de 2016 apresentou variação negativa para o total de ocupados (-0,5%) e para os trabalhadores autônomos (-0,6%) e variação positiva para os assalariados (0,5%). Confira a pesquisa na íntegra.

Gisele Reginato – Jornalista