O desemprego aumentou pelo segundo mês consecutivo na Região Metropolitana de Porto Alegre. “A razão é o aumento na População Economicamente Ativa (PEA), ou seja, aumento do ingresso de pessoas no mercado de trabalho. A ocupação até cresceu, mas foi insuficiente para absorver o crescimento do número de pessoas que procuram uma vaga”, explicou a economista da FEE, Iracema Castelo Branco, durante coletiva de apresentação dos dados da PED-RMPA, nesta quarta-feira, 26.
Os dados da pesquisa realizada por FEE, DIEESE e FGTAS revelaram que a taxa de desemprego total passou de 10,7% em agosto para 11,0% em setembro. A taxa de desemprego aberto teve aumento leve, ao passar de 9,6% para 9,9% da PEA. O número total de desempregados foi estimado em 211 mil pessoas, mais 7 mil em relação ao mês anterior. Conforme destaca Iracema, esse resultado deveu-se ao fato de que a oferta de novas vagas (mais 7 mil, 0,4%) é menor que o número de pessoas que passaram a procurar um emprego (mais 14 mil, 0,7%). Em setembro, o contingente foi estimado em 1.705 mil ocupados.
Iracema avalia que o aumento da PEA está ocorrendo nos últimos dois meses, revertendo uma tendência anterior. “Desde setembro de 2015, a taxa de desemprego estava estável ao redor de 10% e essa estabilidade se dava em função da redução da PEA. No entanto, esse cenário alterou nos últimos dois meses, quando passou a se registrar um aumento da PEA”, pontua. A pesquisadora explica que isso vem pressionando a taxa de desemprego porque a ocupação não cresce o suficiente para absorver a quantidade de pessoas que ingressam no mercado de trabalho.
Setores e posição na ocupação
Os setores que registraram aumento de empregos foram o Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (mais 12 mil ocupados, ou 3,8%), a indústria de transformação (mais 4 mil ocupados, ou 1,3%) e a construção (mais 3 mil ocupados, ou 2,5%). Já o setor de serviços teve redução de 12 mil ocupados ou taxa de -1,3%.
O aumento de 23 mil vagas (2,4%) no setor privado foi responsável pela elevação de 1% do contingente de assalariados (mais 12 mil), já que o setor público registrou redução de 11 mil vagas (-5,5%). Ainda no âmbito do setor privado houve 12,8% de crescimento do emprego sem carteira assinada (mais 11 mil), enquanto o emprego com carteira aumentou 1,3% (mais 12 mil). Segundo o informe, em relação aos demais contingentes, constatou-se aumento no emprego doméstico (mails 8 mil, ou 8,9%) e redução para os trabalhadores autônomos (menos 2 mil, ou -0,8%) e para o agregado demais posições, que inclui empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais, etc. (menos 11 mil, ou -6,1%).
Menos renda
Entre julho e agosto de 2016, o rendimento médio real apresentou redução de 5,9% para o total de ocupados, -5,7 para os assalariados e -7,8 % para os trabalhadores autônomos, correspondendo a R$ 1.846, R$ 1.880 e R$ 1.522 respectivamente.
Confira os dados completos.
Sandra Bitencourt – Jornalista