A Fundação de Economia e Estatística lançou nesta terça-feira, 15, a terceira edição da Carta de Conjuntura 2016.
Os destaques de capa e contracapa da edição são as análises Perspectivas para as exportações do Brasil e do RS em 2016, do pesquisador em economia Tomás Torezani e A qualidade da educação gaúcha segundo o SAEB e o PISA, do pesquisador em economia Thomas Kang.
De acordo com a análise do pesquisador Torezani, as exportações se transformaram em um alento para a economia brasileira no ano passado porque resultaram no maior volume embarcado da história do comércio exterior brasileiro e gaúcho e na maior rentabilidade nacional em reais dos últimos 11 anos. Com esses resultados, é possível esperar desempenho ainda melhor para 2016. Mas isso vai depender dos desdobramentos de diferentes fatores, como a depreciação do real frente ao dólar, a estabilidade dos preços internacionais das commodities, as mudanças do modelo de crescimento da economia chinesa e os resultados de outros parceiros comerciais estratégicos. A análise destaca também como fator preponderante nas exportações deste ano, a importância da agropecuária . “Medidas consagradas em 2015 também podem ser elencadas: recuperação de diversos mercados embargados, inclusive de 100% dos embargados em 2012 de carne bovina; acesso aos maiores importadores de lácteos, como China, Rússia e Japão; abertura, reabertura ou ampliação de mercados para produtos brasileiros e gaúchos relevantes, como carnes, lácteos e alimentos para animais; acordos sanitários e fitossanitários; combate a práticas ilegais no comércio internacional; e ampliação da atuação dos adidos agrícolas”, elenca o pesquisador. Para Torezani, tais medidas oferecem ainda mais fôlego à previsão de crescimento em 2016 da produção de soja, carnes e celulose no RS, além de café e açúcar no Brasil. O texto ainda destaca que se espera uma reação mais vigorosa das exportações de manufaturados ao realinhamento cambial.
Já o texto que aborda a qualidade da educação gaúcha a partir de diferentes instrumentos de avaliação nacionais e internacionais, aponta que o Rio Grande do Sul ainda tem muito trabalho pela frente para melhorar a performance de seus estudantes.
O pesquisador Thomas Kang mostra que quando se analisa os anos iniciais do ensino fundamental, as crianças gaúchas não vão tão bem, em comparação com outros estados. Em muitos desses exames, são os piores resultados da região sul. Mas esse desempenho muda quando se avaliam os estudantes em idades mais avançadas. “Por exemplo, os anos finais do ensino fundamental ou lá no ensino médio. Aí os estudantes gaúchos já melhoram, começam a ter um desempenho superior em relação a outros estados, conseguindo alcançar quase o dobro de avaliações nacionais. Olhando para o PISA, que é a avaliação internacional, o RS é o terceiro estado melhor colocado no Brasil”, revela. O que isso significa? “Que alguma coisa acontece entre os anos iniciais e finais que muda a qualidade da educação, muda a proficiência dos estudantes, e esse é um tema de pesquisa que precisa de mais atenção pra gente entender quais são os fatores que causam essa mudança, essa melhoria”, aponta Kang. Apesar dessa melhor colocação nas posições nacionais, o Rio Grande do Sul aparece em desvantagem no comparativo com outros países. Na avaliação sobre leitura, por exemplo, o Estado estaria colocado entre a Bulgária e o México, conforme a figura abaixo.
Os outros temas da edição deste mês são:
- A Lei de Acesso à Informação (LAI) no Brasil e no Rio Grande do Sul
- A Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Rio Grande do Sul
- A reinserção do Irã na economia mundial e as oportunidades para o Brasil
Contas regionais e distribuição funcional da renda: um primeiro olhar - O Programa Minha Casa, Minha Vida e o déficit habitacional nos Coredes
- Indicações Geográficas — vantagens e desafios da diferenciação
- Imposto sobre heranças e doações: o caso do Rio Grande do Sul
É possível acessar o vídeo com o pesquisador Thomas Kang e a Carta de Conjuntura completa.
Sandra Bitencourt- Jornalista