O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e a Fundação de Economia e Estatística (FEE) fecham contrato para a criação de um indicador antecedente da economia gaúcha. O objetivo é ter condições de antecipar as flutuações econômicas no Estado. A iniciativa é pioneira no âmbito estadual. No Brasil, existe um modelo semelhante construído pela Fundação Getúlio Vargas, que busca prever no curto e médio prazo questões relevantes da economia nacional, mas não há indicadores regionais. O economista da FEE Jefferson Colombo, responsável pelo projeto ao lado do presidente da Fundação, Igor Morais, explica que devem ser utilizadas variáveis com poder preditivo, ou seja, com capacidade de aproximar previsões referentes aos movimentos e ciclos da economia, como, por exemplo, previsão de safra, novos pedidos nas fábricas e comportamento das vendas do comércio. Essas variáveis permitirão construir um indicador capaz de responder questões complexas e ainda datar ciclos econômicos relevantes para o desempenho do Estado. “Poderíamos apontar respostas sobre qual a probabilidade da economia gaúcha sair da recessão”, exemplifica Jefferson. “Ou ainda datar com maior precisão os ciclos elevados da estiagem registrados em 2005, 2006 e 2012, detalhando tempo, intensidade e características”, explica.
A aplicação de um indicador dessa natureza pode ter diferentes desdobramentos, aponta o economista. Para a Secretaria da Fazenda, responsável pelo fornecimento de parte dos dados que se transformarão em variáveis, o indicador pode antecipar a previsão da arrecadação e permitir uma proposta de orçamento mais próxima das receitas futuras. Já para o Banrisul, o indicador deverá auxiliar na alocação de recursos nas diferentes regiões e auxiliar na antecipação de movimentos em gestões de risco. “Para a FEE, trata-se de um indicador inédito, com periodicidade mensal e capacidade de apontar probabilidades do trânsito da economia de um ciclo para outro”, destaca Jefferson.
A previsão é finalizar e passar a utilizar o novo indicador em até oito meses.
Sandra Bitencourt – Jornalista