Depois de seis meses diminuindo, houve uma variação positiva de 0,3 % na População Economicamente Ativa (PEA), o que equivale a mais cinco mil pessoas no mercado de trabalho. A ocupação, ou seja, as vagas geradas no mercado de trabalho, também aumentou em 0,5% (mais 8 mil), tornando a taxa de desemprego relativamente estável, passando de 11,3% em abril para 11,1% em maio. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, 28, pela FEE, DIEESE E FGTAS.
Para a economista da FEE, Iracema Castelo Branco, um mês é muito pouco para caracterizar uma tendência, mas o fato da PEA ter tido comportamento positivo pode indicar que ela chegou no seu limite quanto ao número de pessoas que deixaram o mercado de trabalho. “Se a PEA voltar a crescer pode pressionar os números do desemprego porque a tendência é que não sejam geradas vagas suficientes, já que se houver retomada da economia, esta será lenta”, alerta Iracema. A economista da FEE, Cecília Hoff, complementa destacando que a recuperação está muito calcada na queda de juros, que não parece suficiente. “Qual a força dessa recuperação? Certamente ela tende a ser lenta e o emprego normalmente é o último a responder. Antes de contratar, se aguarda para ver se a recuperação se efetiva”, pondera.
Com referência aos setores de atividade econômica analisados, houve redução na construção (menos 6 mil ocupados, ou -4,7%) e aumento nos serviços (mais 7 mil ocupados, ou 0,8%), relativa estabilidade no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (mais 1 mil ocupados, ou 0,3%) e estabilidade na indústria de transformação.
Diminuiu o total de assalariados (menos 15 mil, ou -1,4%), tanto no setor privado (menos 6 mil, ou -0,6%) quanto no setor público (menos 9 mil, ou -5,2%). No setor privado, houve aumento do emprego com carteira (mais 8 mil, ou 1,0%) e redução dos sem carteira (menos 14 mil, ou -15,9%). Em relação aos demais contingentes, novamente houve registro de aumento entre os trabalhadores autônomos (mais 18 mil, ou 7,8%). No segmento empregados domésticos os dados mostram redução (menos 8 mil, ou -7,5%). Já o agregado demais posições, que inclui empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais, etc. apresentou crescimento (mais 13 mil, ou 8,4%) — Tabela C.
Entre março e abril de 2017, o rendimento médio real apresentou variação positiva para o total de ocupados (0,4%), redução para os assalariados (-0,5%) e aumento para os trabalhadores autônomos (2,4%), correspondendo a R$ 1.863, R$ 1.863 e R$ 1.621 respectivamente.
A PED comemora neste mês seus 25 anos e é executada em parceria pela FEE, FGTAS e DIESSE, com financiamento do Ministério do Trabalho. Nesta semana, ocorreu a liberação dos recursos pendentes, relativos a 2016 e primeiro semestre de 2017, o que garante que a pesquisa não será interrompida, mas a continuidade até o final deste ano depende de novos recursos do Ministério do Trabalho.
Sandra Bitencourt- Jornalista