Com um número menor de vagas, maio registrou crescimento do desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre, passando de 7,1% em abril para 7,8%. É o que revelam os dados da PED-RMPA, divulgados pela FEE, FGTAS e DIEESE nesta quarta-feira (24). O número total de desempregados em maio foi estimado em 148 mil pessoas, um acréscimo de 14 mil indivíduos em relação ao mês anterior. A redução do nível ocupacional foi de 12 mil pessoas enquanto o ingresso no mercado de trabalho atingiu duas mil.
Os números negativos servem de alerta. O diretor-técnico da FGTAS, Pedro Francisco da Silva Filho, destacou a importância da pesquisa para compreender o cenário do mercado de trabalho e desenvolver soluções que evitem a deterioração. “Reconhecemos a necessidade de produzir conhecimento para reorientar políticas públicas porque percebemos perspectivas pouco alentadoras”, assinalou.
Para o pesquisador da FEE, economista Raul Bastos, apesar de o emprego enfrentar dificuldades na conjuntura, as taxas atuais ainda estão em níveis razoáveis. “Se olharmos para a série histórica da pesquisa, percebemos momentos bem mais críticos. Em 1999, neste mesmo mês, registramos uma taxa de desemprego de 19%. Então há deterioração, mas longe de índices mais graves”, reflete.
Os números apresentados pela pesquisadora da FGTAS Michele Bohnert destacam ainda a análise dos principais setores da atividade econômica. Houve retração do nível ocupacional no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-3,7%) e em menor medida na construção (-0,9%). Já na indústria de transformação foi observado aumento do nível ocupacional (1,0%) e estabilidade no setor de serviços (0,1%).
Acumulado de 2015
A economista da FEE Iracema Castelo Branco chama atenção para o comportamento do mercado de trabalho no acumulado deste ano. Se em maio foi a redução do nível ocupacional que ocasionou a alta do desemprego, nos outros meses o aumento de pessoas procurando uma vaga é que fez crescer os índices de desempregados. “De janeiro a maio houve um incremento de 51 mil pessoas na População Economicamente Ativa (PEA). Também registramos aumento da taxa de desemprego dos chefes de domicílio. Ou seja, percebemos que os jovens estão retornando ao mercado de trabalho para tentar auxiliar na renda da família, assim como pessoas acima dos 60 anos. Isso pressiona os índices de desemprego”, explica.
A RMPA se mantém como a região metropolitana com menor índice de desemprego entre as seis capitais pesquisadas pelo Sistema PED.
Acesse os dados completos da pesquisa com a variação dos rendimentos e o comportamento nos últimos 12 meses. Confira as fotos da divulgação.