As exportações do agronegócio gaúcho foram de US$ 3,45 bilhões no terceiro trimestre de 2016, valor que corresponde a 72,1% das vendas externas do Estado. Na comparação com igual período de 2015, o valor exportado apresentou queda de 5,8%, o volume caiu 9,3%, enquanto os preços subiram 3,9%. Os dados foram disponibilizados nesta quinta-feira (3) pelo Núcleo de Estudos do Agronegócio da Fundação de Economia e Estatística (FEE), que divulga mensalmente os Indicadores Econômicos do Agronegócio e análises periódicas sobre a sua evolução no Rio Grande do Sul.
“No Rio Grande do Sul, historicamente, o segundo e o terceiro trimestres concentram aproximadamente dois terços das exportações totais do agronegócio. Esse resultado é explicado pela dinâmica das vendas de grãos — sobretudo da soja — colhidos na safra de verão, explica o economista Sérgio Leusin Jr. Contudo, pondera o pesquisador da FEE, “Houve uma forte queda no volume exportado de soja em grão em setembro comparativamente ao mesmo mês do ano passado (-58,9%). Desta forma, apesar da maior safra de soja, ainda não é possível observar o impacto desta elevação nas exportações”.
No terceiro trimestre de 2016, os cinco principais setores exportadores do agronegócio do RS foram complexo soja (US$ 1,9 bilhão), carnes (US$ 499,2 milhões), fumo e seus produtos (US$ 491,8 milhões), produtos florestais (US$ 177,1 milhões) e couros e peleteria (US$ 97,0 milhões)
Na análise dos principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho no terceiro trimestre, destacam-se China, União Europeia, Irã, Estados Unidos, Coreia do Sul, Rússia e Arábia Saudita. Somados, esses sete destinos responderam por 75,1% das exportações gaúchas do agronegócio no período.
“Para o quarto trimestre de 2016 há espaço para um incremento substancial no volume exportado de soja, porém, esse movimento estará condicionado em grande medida pelo comportamento da demanda chinesa e pelas estratégias de comercialização da safra americana”, analisa Leusin.
Emprego formal celetista do agronegócio do RS
No terceiro trimestre de 2016 foi registrado um saldo negativo de 5.903 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul, o que representa uma queda de 1,8% no número total de empregos formais do setor, comparativamente ao trimestre anterior. Esse saldo é o resultado da diferença entre o número de admissões (31.140) e o de desligamentos (37.043) de trabalhadores formais celetistas nas atividades características do agronegócio.
Dois dos três segmentos que compõem o agronegócio registraram saldo positivo de empregos terceiro trimestre: o “dentro da porteira”, formado por atividades características da agropecuária e o segmento “antes da porteira”, composto de atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária. O destaque foi o setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários, que desde o primeiro trimestre de 2014 não apresentava saldo positivo de empregos e criou 481 postos de trabalho no último trimestre. No transcurso desse período, em razão da redução dos investimentos realizados pelos agricultores brasileiros, houve perda de mais de um quarto do estoque de empregos formais na indústria gaúcha de máquinas e equipamentos agropecuários. O segmento “depois da porteira”, composto predominantemente de atividades agroindustriais, foi o único com perda de empregos no terceiro trimestre“. Há uma tendência de melhoria no saldo entre demissões e contratações no agronegócio”, esclarece Leusin.
Acesse a íntegra dos dados sobre exportações e emprego formal do agronegócio no terceiro trimestre, acumulado do ano, comparativo com 2015, além de notas metodológicas aqui.
Anelise Rublescki
Jornalista