A FEE finalizou, em dezembro de 2002, o Projeto Matriz de Insumo-Produto do Rio Grande do Sul 1998 (MIPRS), divulgado em junho e julho do mesmo ano (Documentos FEE nº49 e 52). Nesse sentido, adicionou novas informações ao conjunto de tabelas originalmente reportadas em CD-rom, a saber, o Quadro de Insumo-Produto do Rio Grande do Sul.
Essas novas tabulações trazem alterações na margem de comércio e na margem de transporte nas tabelas de destino da produção (Tabelas 05 a 08) e dos coeficientes técnicos de insumos (Tabelas 13 a 16). Por conseguinte, as tabelas que apresentam as informações das matrizes de coeficientes técnicos intersetoriais e de impacto intersetoriais também foram ajustadas (Tabelas 18 a 21).
Os ajustes visam garantir maior consistência ao modelo de insumo-produto que, agora, pode ser visualizado com a consolidação dos dados no Quadro de Insumo-Produto do Rio Grande do Sul. Destaca-se que tal Quadro é uma adaptação da forma de apresentação usual na literatura de insumo-produto, haja vista que o setor fictício dummy financeira é apresentado explicitamente e, portanto, a dimensão do Quadro não é homogênea.
Em função dessa nova tabulação, os indicadores de impacto na economia gaúcha foram recalculados. Assim, aqui também estão disponibilizados os novos valores dos índices de ligações para frente e para trás, como também dos multiplicadores de impacto no Valor Adicionado, emprego e rendimento. Além desses, foram gerados multiplicadores de impacto nos impostos (ICMS, impostos de importação e IPI/ISS e outros impostos). Os novos multiplicadores não implicaram alterações substanciais nos resultados, a exceção do setor Papel e gráfica, que deixou de pertencer ao grupamento de setores-chaves.
As tabelas respectivas aos índices de ligações reportam os valores associados aos modelos aberto (consumo das famílias exógeno) e fechado (consumo das famílias endógeno) de Leontief, permitindo avaliar a contribuição do efeito-renda. Já as tabelas dos multiplicadores de impacto explicitam a decomposição do impacto total em impactos direto, indireto e efeito-renda.
Com esses índices e multiplicadores é possível identificar uma tipologia de setores mais importantes para estimular as variáveis selecionadas – produção, Valor Adicionado, emprego e rendimento e impostos – dentre o grupamento de vinte e seis setores avaliados. Os setores Serviços privados não mercantis e Dummy financeira não fazem parte desse grupamento. O primeiro compreende os serviços domésticos e sua dinâmica está condicionada ao rendimento das famílias, sendo pouco relevante simular investimentos nessa atividade. O segundo, como já mencionado, é um setor fictício, cuja existência é justificada para evitar dupla contagem no fechamento contábil do cálculo do PIB.
Maiores detalhes sobre a metodologia de construção das tabelas da MIPRS podem ser encontrados em Documentos FEE n. 49. Os procedimentos de cálculo dos índices de ligação e multiplicadores de impacto para os modelos aberto e fechado de Leontief estão descritos emDocumentos FEE n. 52.
Em razão das recorrentes dúvidas quanto às atividades que compõem os setores Demais indústrias, Serviços prestados às famílias e empresas e Serviços privados não mercantis, manifestadas durante as exposições públicas da MIPRS, também está sendo disponibilizado o detalhamento desses setores conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Tal detalhamento é feito segundo a discriminação de Seção (código alfabético de 1 dígito), divisão (código numérico de 2 dígitos) e grupo (código numérico de 3 dígitos) da CNAE.
Quadro 1
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Fonte: Matriz de Insumo-Produto do RS e Classificação Nacional de Atividades Econômicas.