Em fevereiro de 2018, as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 811,8 milhões. Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, ocorreram aumentos no valor exportado (68,4%) e no volume embarcado (80,8%) e queda nos preços médios (-6,8%). Em termos absolutos, o crescimento nas exportações foi de US$ 329,8 milhões.
Os cinco principais setores exportadores do agronegócio em fevereiro de 2018 foram soja (US$ 297,9 milhões), carnes (US$ 129,6 milhões), fumo e seus produtos (US$ 121,7 milhões), produtos florestais (US$ 99,9 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 45,9 milhões). Dentre os principais setores, o complexo soja destaca-se por apresentar expressivo crescimento nos valores (mais US$ 228,6 milhões; 329,7%) e nos volumes embarcados (293,2%), assim como nos preços médios (9,3%). Foram embarcados 517,9 mil toneladas de soja em grão, o que representa um crescimento de 476,9% no volume, comparativamente ao verificado em fevereiro de 2017.
Além do complexo soja, o resultado positivo do mês de fevereiro foi condicionado pelos incrementos nos setores de produtos florestais (mais US$ 62,7 milhões; 168,8%) e de fumo e seus produtos (mais US$ 45,6 milhões; 60%). Na contramão do movimento de fevereiro, houve queda nas vendas do setor de carnes (menos US$ 29,2 milhões; -18,4%), determinada pela diminuição nos preços e volumes embarcados de carne de frango e suína.
Os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho em fevereiro deste ano foram China (31,4%), União Europeia (17,1%), Coreia do Sul (4,4%), Argentina (3,7%) e Estados Unidos (3,7%). Esses destinos concentraram 60,3% do valor das exportações em fevereiro. A China foi responsável pelo maior crescimento absoluto em valor (mais US$ 200,4 milhões; 368,6%), seguida da União Europeia (mais US$ 58,3 milhões; 72,6%), da Índia (mais US$ 25,5 milhões; 874,9%) e da Coreia do Sul (mais US$ 22,2 milhões; 160,7%). O crescimento nas vendas desse mês concentrou-se no complexo soja, com destaque para o embarque do grão para a China, do farelo para a União Europeia e a Coreia do Sul e do óleo para a Índia. Com exceção da Índia, o setor de produtos florestais, notadamente celulose, também apresentou elevação significativa entre os principais destinos. Na contramão da tendência do mês, a Rússia apresentou a maior queda absoluta, explicada pela redução nos embarques de carne suína.
Acumulado do ano
No acumulado de janeiro a fevereiro de 2018, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 1,6 bilhão, o que representa uma elevação de 37,8% em relação a igual período de 2017. Nesse período, a dinâmica das vendas externas foi caracterizada por apresentar crescimento nos volumes embarcados (28,3%) e nos preços médios (7,4%).
Nos dois primeiros meses de 2018, os setores mais importantes para o agronegócio gaúcho foram complexo soja (US$ 554,1 milhões), carnes (US$ 282,5 milhões), fumo e seus produtos (US$ 250,7 milhões), produtos florestais (US$ 187,0 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 106,9 milhões).
Nesse período, o complexo soja foi o setor com maior crescimento absoluto no valor exportado (mais US$ 249,9 milhões; 82,2%). O maior volume embarcado (85,9%) foi determinante para o desempenho do setor, dado que os preços médios de seus produtos decaíram (-2,0%). O crescimento observado no fumo e seus produtos (mais US$ 126,5 milhões; 101,8%), segundo maior do período, foi determinado pelas vendas de fumo não manufaturado. No setor de produtos florestais, que registrou o terceiro maior crescimento nas vendas (mais US$ 63,8 milhões; 51,8%), o movimento é explicado pelo recorde nas exportações de celulose. Comparativamente aos dois primeiros meses de 2017, o setor de carnes apresentou a maior queda absoluta no valor exportado (menos US$ 39,8 milhões; -12,4%). A segunda maior queda ocorreu no setor de lácteos (menos US$ 7,1 milhões; -99,5%).
Em se tratando dos destinos das vendas do agronegócio gaúcho no acumulado de 2018, os destaques são China (32,2%), União Europeia (19,4%), Estados Unidos (5,0%), Coreia do Sul (3,8%) e Argentina (3,6%). Esses destinos concentraram 64,0% das exportações do período. Os principais crescimentos absolutos nas vendas ocorreram para China (mais US$ 263,6 milhões; 104,9%), União Europeia (mais US$ 123,2 milhões; 66,2%), Estados Unidos (US$ 34,2 milhões; 74,8%) e Argentina (mais US$ 18,4 milhões; 47,2%). O complexo soja foi o setor com maior crescimento absoluto nas exportações para a China. Dentre as razões para esse movimento, é possível citar, no plano doméstico, os estoques em patamares elevados para o período e a aproximação da colheita da nova safra no RS, e, no plano externo, as tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Em 2017, foi verificada a menor participação dos Estados Unidos nas importações chinesas de soja desde 2006. Esse desempenho já é tratado na imprensa internacional como um indicativo de retaliação chinesa aos movimentos protecionistas dos Estados Unidos. Para a União Europeia, os destaques positivos ficaram por conta do setor de fumo e seus produtos, do complexo soja (farelo de soja) e do setor de produtos florestais (celulose). Para os Estados Unidos, houve crescimento significativo das remessas gaúchas de fumo não manufaturado, enquanto, para a Argentina, o destaque foi o setor de máquinas e implementos agrícolas, sobretudo colheitadeiras. Embora a dinâmica predominante no acumulado do ano tenha sido de crescimento no valor exportado, o embargo russo à carne suína brasileira impactou negativamente as exportações gaúchas desse setor.