Estado
O Estado do Rio Grande do Sul registrou Idese de 0,757 em 2014 e de 0,751 em 2015 (variação negativa de 0,8% entre 2014 e 2015). Conforme a classificação vigente, o RS apresenta nível médio de desenvolvimento, considerando-se a demarcação dos níveis em alto (maior ou igual a 0,800), médio (entre 0,500 e 0,799) e baixo (abaixo de 0,499).
Houve pequeno aumento dos índices dos Blocos Saúde e Educação (0,5% e 0,2% respectivamente) em 2015. A diminuição do índice do Bloco Renda (-3,1%) foi a principal responsável pela queda do Idese.
Educação
O Bloco Educação registrou índice de 0,697 em 2014 e de 0,698 em 2015. Houve, portanto, ligeiro aumento no índice. O maior crescimento dentre os sub-blocos ocorreu no desempenho das crianças do ensino fundamental nos testes padronizados (índice de 0,694 em 2014 e de 0,713 em 2015). Por outro lado, registrou-se queda na taxa de matrícula no ensino médio (0,765 em 2014 para 0,731 em 2015), o que impediu uma elevação mais robusta do índice do bloco. Detalham-se abaixo os resultados de cada componente do Bloco.
O sub-bloco educação infantil apresentou índice de 0,754 em 2015, representando uma melhora em relação ao ano anterior. A elevação desse índice nos últimos anos é notória, provavelmente por conta de uma mudança constitucional, tornando esse nível de ensino obrigatório. Como essa elevação vem ocorrendo há alguns anos, não há novidade no resultado.
A elevação do índice do sub-bloco ensino fundamental (faixa etária de seis a 14 anos) ocorreu por conta de melhoras no desempenho na Prova Brasil, exame padronizado de proficiência que acontece a cada dois anos. Esse exame é realizado por estudantes da rede pública no 5.º e no 9.º ano desse nível de ensino. Os resultados apresentados referem-se ao ano de 2015. Houve melhoria no desempenho dos estudantes gaúchos na Prova Brasil, em 2015, destacando-se a elevação da nota da Prova Brasil do 5.º ano (em que se avalia o aprendizado dos anos iniciais do ensino fundamental), ainda que o RS continue com a sétima posição no País e o pior desempenho na Prova Brasil dos anos iniciais do EF entre os estados da Região Sul. Nos anos finais do EF, houve também um pequeno aumento no desempenho registrado. Todavia, vale destacar que o RS era o terceiro colocado no exame de 2013, mas passou para a 10.ª posição entre os estados brasileiros em 2015.
No sub-bloco ensino médio (faixa etária de 15 a 17 anos), houve queda, contrariando a tendência desde 2011. Em 2015, esse índice foi de 0,731, expressivamente menor do que o índice de 0,765 apresentado em 2014. Isso significa que houve redução das taxas de matrícula bruta no ensino médio, o que é preocupante e pode estar relacionada à recessão brasileira iniciada no 2.º trimestre de 2014. Vale notar que, como são computadas as taxas brutas de matrícula, as repetências podem esconder o que acontece com as matrículas em termos líquidos.
Por fim, houve ligeira elevação no sub-bloco escolaridade adulta, obtido pela proporção de pessoas com 18 anos ou mais com ensino fundamental completo. Em 2014, esse índice era de 0,588, tendo passado para 0,595 em 2015. Elevações ligeiras são esperadas nesse sub-bloco, uma vez que a mortalidade de gerações anteriores com menor grau de escolaridade somada à inclusão de gerações mais novas com mais escolaridade implica elevação do índice. O resultado apresentado indica que, de acordo com estimativas da FEE, quase 60% das pessoas adultas no RS têm diploma de ensino fundamental.
Renda
O índice do Bloco Renda foi de 0,763 em 2014, mas apresentou índice de 0,739 em 2015. Isso significou a volta para patamares próximos aos de 2012. Em particular, no índice de geração de renda, um dos componentes do Bloco Renda, registrou 0,709. Esse resultado é menor do que o índice registrado em 2011 (0,710).
Saúde
O Bloco Saúde mostrou comportamento relativamente estável no tempo. Mesmo assim, foi o bloco que apresentou maior elevação (0,5%), passando de 0,813 para 0,817. A maior elevação entre os componentes do Bloco foi o aumento do índice de consultas pré-natal, que passou de 0,720 em 2014 para 0,730 em 2015.
A maioria dos indicadores do Bloco Saúde refere-se à mortalidade. Essas estatísticas, geralmente favoráveis para o RS, explicam o seu bom desempenho. De um ano para o outro, não se espera que existam grandes variações, dado que isso é impedido pela própria construção de muitos dos indicadores que compõem o Bloco, baseados em médias trienais, a fim de suavizar o comportamento dos indicadores, principalmente em municípios pequenos.
Ao se analisarem os três sub-blocos em 2015, destacam-se: longevidade (passou de 0,863 em 2014 para 0,867 em 2015) e saúde materno-infantil (passou de 0,826 em 2014 para 0,833 em 2015).
O Gráfico 1 mostra a evolução de todos os blocos no período 2007-15 (série histórica completa sob a nova metodologia), bem como o crescimento do Idese (média dos três blocos) no mesmo período.
Municípios
Carlos Barbosa continua sendo o município de maior destaque, com índice de 0,879 em 2015, mantendo-se na primeira colocação consistentemente. Apesar da queda no Bloco Renda (0,956 em 2014 para 0,925 em 2015), Carlos Barbosa continuou com o segundo maior índice do Estado no Bloco. Destacou-se também o desempenho do Município no Bloco Educação, apresentando o oitavo maior índice no estado (0,816 em 2015).
O segundo município de maior destaque foi Água Santa (0,873). Nesse município, chamou atenção o desempenho do Bloco Renda, que subiu de 0,929 em 2014 para 0,930 em 2015. O terceiro município na classificação foi Nova Araçá, situado no Corede Serra (0,865), que se destacou principalmente por seu alto índice no Bloco Saúde. Vale ressaltar que 68 municípios apresentaram índice maior ou igual a 0,800 em 2015, sendo considerados como de alto desenvolvimento socioeconômico.
Do lado oposto da classificação, o último lugar coube ao Município de Dom Feliciano (0,567), pertencente ao Corede Centro Sul. Alvorada (0,571) e Jaquirana (0,572) apresentaram também níveis baixos de desenvolvimento socioeconômico conforme o Idese, ocupando a penúltima e antepenúltima posição respectivamente, repetindo a classificação do ano anterior.
Educação
No Bloco Educação, o Município Picada Café, situado no Corede Hortênsias, foi o primeiro colocado, com índice 0,855. O município com alto índice educacional situou-se apenas na 58.ª colocação no Bloco Renda. Esse exemplo mostra mais uma vez que bom desempenho educacional não decorre necessariamente do nível de renda do município, demonstrando a importância de índices multidimensionais como o Idese. Na segunda e na terceira posições, apareceram: Casca (0,836 em 2015), localizado no Corede Produção, e Campinas do Sul (0,829), situado no Corede Norte.
Renda
O município com maior índice no bloco Renda foi Água Santa (0,930 em 2015). Apesar da generalizada queda do Bloco Renda no Estado e na maioria dos municípios (439 deles ou 88,3%), Água Santa obteve uma pequena elevação no seu índice, em relação ao ano anterior (0,929 em 2014). Embora tenha havido uma queda no índice de apropriação de renda do Município (de 0,945 em 2014 para 0,935 em 2015), ele subiu de 0,912 em 2014 para 0,925 em 2015, no quesito geração de renda, que trata da produção do município.
Além de ser o melhor classificado no Idese como um todo, Carlos Barbosa apresentou o segundo melhor desempenho no Bloco Renda, em 2015 (0,925). Os outros destaques no Bloco Renda são os Municípios de Tupandi (0,907), de Nova Bassano (0,902) e de André da Rocha (0,895).
Saúde
O Bloco Saúde foi o que apresentou maior volatilidade na classificação, quando observada a série histórica, uma vez que há muitos municípios com índices muito próximos entre si. Entre os municípios gaúchos, 415 deles apresentaram índice maior do que 0,800, sendo que o Estado como um todo destaca-se por apresentar bons indicadores nesse quesito. Isso se explica pelo fato de que o Bloco Saúde é composto, principalmente, por indicadores de mortalidade. Embora toda classificação nesse tipo de índice deva ser analisada com cautela, aqui, o cuidado deve ser ainda maior por conta da sensibilidade do ranking.
Em 2015, a primeira colocação no Bloco Saúde coube ao Município de Nova Roma do Sul (0,924). Em seguida, estão os Municípios de Nova Araçá (0,916) e de Santo Expedito do Sul (0,915). Os dois primeiros municípios estão localizados no Corede Serra, enquanto o terceiro situa-se no Corede Nordeste.
A Tabela 3 mostra os municípios e os índices atingidos pelos três primeiros colocados em cada bloco do Idese, no ano de 2015.
Municípios por faixa de população
Conforme as estimativas populacionais da FEE, 20 municípios gaúchos têm mais do que 100 mil habitantes. Assim como em 2014, apenas cinco desses municípios apresentaram índices de alto desenvolvimento (acima de 0,800) em 2015. O primeiro colocado foi Bento Gonçalves, que apresentou Idese de 0,831. Na segunda posição, ficou o Município de Porto Alegre (0,816), enquanto Erechim alcançou a terceira colocação (0,811). Santa Cruz do Sul (0,809) e Caxias do Sul (0,801) ocuparam, respectivamente, a quarta e a quinta posição.
A última colocação no ranking dos municípios com mais de 100 mil habitantes ficou novamente com Alvorada (0,571). O município da Região Metropolitana obteve também penúltimo lugar entre todos os municípios do Estado.
Ainda entre os municípios com mais de 100.000 habitantes, é possível observar o desempenho dos três municípios que mais se distinguiram em cada bloco do Idese, conforme apresentado na Tabela 5.
A comparação entre municípios com características demográficas similares pode ser analiticamente mais útil. Por esse motivo, dividiu-se o Estado em quatro estratos de população: (a) acima de 100.000 habitantes; (b) entre 20.000 e 100.000 habitantes; (c) entre 5.000 e 20.000 habitantes; e (d) abaixo de 5.000 habitantes. Como o ranking do primeiro estrato já foi mencionado anteriormente, destaca-se a classificação utilizando os outros estratos, que podem ser vistos na Tabela 6.
Coredes
Na classificação por Coredes, inverteram-se as duas primeiras posições em relação a 2014. O Corede Noroeste Colonial apresentou o maior índice (0,816), seguido de perto pelo Corede Serra (0,813) em 2015. O Corede Noroeste Colonial apresenta bom desempenho no bloco Educação. Por outro lado, o Corede Serra destacou-se nos indicadores de saúde.
Observando-se a classificação bloco a bloco, o Corede Fronteira Noroeste apresentou o melhor desempenho com índice de 0,790 em 2015. Esse Corede novamente apresentou o mais alto índice de matrículas brutas no ensino médio (0,912), assim como obteve alto desempenho nas matrículas na pré-escola (0,947). Os outros Coredes que se destacaram no Bloco Educação foram: Norte (0,781) e Noroeste Colonial (0,764).
O Bloco Renda do Idese registrou como primeiro colocado o Corede Noroeste Colonial, com 0,826 em 2015. O segundo lugar foi ocupado pelo Corede Metropolitano do Delta do Jacuí (0,818), seguido pelo Corede Serra (0,810). Embora tenham se mantido dentro das três primeiras posições no Bloco Renda, esses Coredes apresentaram quedas substanciais de seus índices.
Por fim, no Bloco Saúde, o Corede Serra continua na primeira posição (0,882 em 2015). O Corede Rio da Várzea (0,865) foi o segundo colocado, enquanto a terceira posição foi ocupada pelo Corede Norte (0,860).