Estado
O Estado do Rio Grande do Sul registrou Idese de 0,734 em 2012 e 0,747 em 2013, tendo crescido, aproximadamente, 1,7% entre 2012 e 2013. Conforme a classificação vigente, o RS apresenta nível médio de desenvolvimento, considerando a demarcação dos níveis em alto (maior ou igual a 0,800), médio (entre 0,500 e 0,799) e baixo (abaixo de 0,499).
As informações da Tabela 1 mostram que o índice do Bloco Renda foi o que obteve maior elevação entre 2012 e 2013 (3,1%). O índice do Bloco Educação também aumentou (2,2%), enquanto o Bloco Saúde se manteve estagnado. O desempenho de cada bloco é analisado nas subseções seguintes.
Educação
O Bloco Educação registrou índice de 0,679 em 2013, o que representou um aumento de 2,2% em relação a 2012, quando o índice registrado foi de 0,664.
Entre seus sub-blocos, houve substancial aumento no indicador da pré-escola (quatro a cinco anos de idade), constituído a partir da sua taxa de matrícula bruta. O avanço das matrículas nesse nível de ensino é notável, uma vez que partiu de 0,527 em 2007 e atingiu índice de 0,687 em 2013. Isso significa que, em um espaço de seis anos, a taxa de matrícula bruta se elevou de 52,7% para 68,7%. Uma possível explicação para esse crescimento é o recente foco das políticas na área da educação infantil.
No sub-bloco ensino fundamental (seis a 14 anos), atingiu-se o índice de 0,694 em 2013 — uma elevação em relação a 2012 (0,680). O ensino fundamental é avaliado a partir dos resultados da Prova Brasil, exame de proficiência realizado por estudantes da rede pública no 5.º e no 9.º ano desse nível de ensino. O aumento do índice em 2013 deve-se à substancial melhoria no desempenho das crianças do 5.º ano (em que se avalia o aprendizado dos anos iniciais do EF), ainda que o RS continue com o pior desempenho na Prova Brasil dos anos iniciais do EF entre os estados da Região Sul. Já para os anos finais do EF, embora os resultados do RS estejam relativamente estagnados, o Estado continua na segunda posição entre os estados brasileiros.
No ensino médio (15 a 17 anos), o Estado finalmente reverteu a tendência de queda da taxa de matrícula. Com isso, pela primeira vez desde o início da série em 2007, o sub-bloco ensino médio obteve elevação, passando de 0,739 em 2012 para 0,752 em 2013. Vale notar que, como se computam as taxas brutas de matrícula, as repetências podem esconder o que acontece com as matrículas em termos líquidos. Mesmo assim, o resultado é importante, ainda que o índice em 2007 fosse bem maior (0,826).
Por fim, houve ligeira elevação no sub-bloco escolaridade adulta, obtido através da proporção de pessoas com 18 anos ou mais com ensino fundamental completo. Em 2012, esse índice era de 0,576 e passou para 0,583 em 2013. Isso indica que, aproximadamente, 58,3% das pessoas adultas no RS têm diploma de ensino fundamental.
Renda
O índice do Bloco Renda foi de 0,752 em 2013, com aumento de 3,1% em relação ao ano anterior (0,730).
É possível desagregar o Bloco em apropriação de renda e geração de renda, o que permite analisar a fonte das variações do índice. Houve elevação do índice de apropriação de renda, que passou de 0,757 em 2012 para 0,779 em 2013. O sub-bloco geração de renda também obteve elevação, recuperando-se da queda anterior. Em 2011, o índice registrado foi de 0,710, mas caiu para 0,702 em 2012. Já em 2013, o índice de renda gerada elevou-se para 0,725.
Saúde
O Bloco Saúde tem apresentado comportamento relativamente estável no tempo. Em 2012, o Bloco já tinha registrado índice de 0,809, resultado que se manteve em 2013. A maioria dos indicadores do Bloco Saúde refere-se à mortalidade. Essas estatísticas, geralmente favoráveis para o RS, explicam o bom desempenho do Bloco. De um ano para o outro, não se espera que haja grandes variações, dado que isso é impedido pela própria construção de muitos dos indicadores que compõem o bloco, baseados em médias trienais, a fim de suavizar o comportamento dos indicadores, principalmente em municípios pequenos.
Ao se analisarem os três sub-blocos (longevidade, condições gerais de saúde e saúde materno-infantil) em 2013, o sub-bloco longevidade foi o que mais contribuiu para o bom resultado do bloco, obtendo índice de 0,858. O sub-bloco condições gerais de saúde, que agrega indicadores de óbitos por causas mal definidas e por causas evitáveis, apresentou índice de 0,748. Já o sub-bloco saúde materno-infantil, que inclui a taxa de mortalidade de menores de cinco anos e as consultas pré-natais, apresentou índice de 0,821.
A Figura 4 mostra a evolução de todos os blocos no período 2007-13 (série histórica completa sob a nova metodologia), bem como o crescimento do Idese (média dos três blocos) no mesmo período.
Municípios
Carlos Barbosa continua sendo o município de maior destaque, com índice de 0,882 em 2013. É o quarto ano seguido desse município na primeira colocação. Destacam-se seus resultados no Bloco Renda (0,935) e no Bloco Educação (0,834). Em relação ao Bloco Renda, Carlos Barbosa apresentou o segundo maior índice do Estado, superado apenas por Água Santa. No Bloco Educação, o município serrano ficou na terceira colocação estadual. Esses resultados, somados ao também bom desempenho no Bloco Saúde, explicam a manutenção do município no topo da classificação do Idese.
O segundo município de maior destaque foi Água Santa (0,868 em 2013). Esse município costumava apresentar altos índices, mas não estava em posições tão avançadas em anos anteriores. O fato que alçou Água Santa à segunda colocação foi o substancial aumento no seu PIB per capita, o que gerou expressivo impacto sobre seu índice do Bloco Renda. O terceiro colocado foi Nova Bassano (0,866), seguido por Três Arroios (0,858) e Aratiba (0,851). Vale ressaltar que apenas sete municípios tinham índice maior ou igual a 0,800 em 2007. Em 2010, não eram mais do que 13 os municípios com índices considerados de alto desenvolvimento. Em 2013, esse número aumentou significativamente, passando para 73 entre os 497 municípios do Estado.
Do lado oposto da classificação, o município que ocupou o último posto em 2013 foi Alvorada (0,568), na Região Metropolitana de Porto Alegre. Dom Feliciano (0,571) e Jaquirana (0,577) apresentaram indicadores próximos aos de Alvorada, destacando-se pelo seu desempenho pouco satisfatório em várias áreas do desenvolvimento socioeconômico.
Educação
No Bloco Educação, o município que apresentou o melhor conjunto de indicadores foi Nova Petrópolis (0,845 em 2013). Os indicadores referentes a matrículas na pré-escola e no ensino médio atingiram altos índices, bem como seus indicadores de proficiência. É importante enfatizar que o Bloco Renda nesse município teve bom desempenho, mas não a ponto de levá-lo às primeiras posições no Bloco (0,758 em 2013). Esse resultado indica que boas políticas educacionais não decorrem necessariamente do nível de renda do município. A segunda colocação ficou com o Município de Picada Café (0,839 em 2013), vizinho a Nova Petrópolis. Carlos Barbosa ocupou o terceiro posto, como mencionado anteriormente.
Renda
O Município de Água Santa apresentou o maior índice no Bloco Renda em 2013 (0,954). Esse comportamento se explica pelo bom desempenho do município nos dois sub-blocos relacionados à renda em 2013: 0,947 no índice de renda apropriada e 0,960 no índice de renda gerada. Esse resultado é surpreendente, uma vez que Água Santa nunca havia figurado entre os municípios mais destacados, embora tenha, em geral, apresentado bom desempenho ao longo da série.
Outros dois municípios que se destacaram nessa dimensão e que figuram entre os três primeiros colocados no Idese são: Carlos Barbosa (0,935) e Nova Bassano (0,926).
Saúde
Em relação a 2012, os resultados de 2013 mostram uma realocação de posições entre os três primeiros colocados no Bloco Saúde. Em 2013, o maior índice foi o de Nova Pádua, município serrano que registrou 0,918. Em segundo lugar, ficou Colinas (0,914), localizado no Corede Vale do Taquari. Coqueiro Baixo, município que também pertence ao Corede Vale do Taquari, caiu de primeiro para terceiro lugar, apresentando índice de 0,914 nesse mesmo ano, praticamente empatado com Colinas. Esses três municípios destacaram-se tanto em longevidade quanto em condições gerais de saúde.
A Tabela 3 mostra os municípios e os índices atingidos pelos três primeiros colocados em cada bloco do Idese, no ano de 2013.
Municípios por faixa de população
Conforme as estimativas populacionais da FEE, 20 municípios gaúchos têm mais do que 100.000 habitantes. Entre esses, apenas cinco apresentaram índices de alto desenvolvimento (acima de 0,800) em 2013. O primeiro colocado foi Bento Gonçalves, que manteve sua posição com índice 0,832. Logo em seguida, o Município de Erechim registrou índice de 0,820. Em terceiro, ficou Porto Alegre (0,814), seguido por Caxias do Sul (0,810) e Santa Cruz do Sul (0,808).
A última colocação no ranking dos municípios com mais de 100.000 habitantes ficou para Alvorada (0,568), município da Região Metropolitana que também obteve o pior desempenho entre todos os municípios do Estado. Outros municípios, como Viamão (0,605), também na Região Metropolitana, e Uruguaiana (0,669), na Fronteira Oeste, também se destacaram negativamente no Idese.
Ainda entre os municípios com mais de 100.000 habitantes, é possível observar o desempenho dos três municípios que mais se distinguiram em cada bloco do Idese, conforme apresentado na Tabela 5.
A comparação entre municípios com características demográficas similares pode ser analiticamente mais útil. Por esse motivo, dividiu-se o Estado em quatro estratos de população: (a) acima de 100.000 habitantes; (b) entre 20.000 e 100.000 habitantes; (c) entre 5.000 e 20.000 habitantes; e (d) abaixo de 5.000 habitantes. Como o ranking do primeiro estrato já foi mencionado anteriormente, destaca-se a classificação utilizando os outros estratos, que podem ser vistos na Tabela 6.
Coredes
Diversos municípios serranos destacaram-se no ranking do Idese. Assim, não surpreende que o Corede Serra tenha mantido a primeira colocação na classificação por Coredes, com índice 0,815 em 2013. Nesse mesmo ano, sobressaíram-se também os Coredes Noroeste Colonial (0,800) e Norte (0,795). O Corede Centro-Sul apresentou novamente o pior índice (0,679), permanecendo na última posição em 2013.
É possível discriminar esses resultados conforme os blocos do Idese. No Bloco Educação, o Corede Norte apresentou o melhor desempenho em 2013, com índice de 0,768. O aumento das matrículas, principalmente na educação infantil, e o bom desempenho nos exames de proficiência do ensino fundamental ajudaram o Corede Norte a atingir esse índice. Os outros Coredes que se destacaram na dimensão Educação foram Vale do Taquari (0,764) e Fronteira Noroeste (0,760).
Em 2013, o Bloco Renda registrou como primeiro colocado o Corede Serra, com 0,844. Logo atrás ficou o Corede Metropolitano Delta do Jacuí, onde está localizada a capital do Estado, Porto Alegre, com 0,832 — impulsionado, principalmente, pela apropriação de renda (0,884). Nessa nova série, o Corede Serra tem liderado desde 2010, seguido de perto pelo Metropolitano Delta do Jacuí. O terceiro lugar foi ocupado pelo Corede Alto Jacuí (0,807).
Por fim, no Bloco Saúde, o Corede Serra permaneceu na primeira posição (0,874 em 2013). Serra, Vale do Taquari (0,858) e Nordeste (0,857) mantiveram-se entre os três primeiros colocados, como tem ocorrido desde 2010. Embora haja volatilidade no ranking municipal do Bloco, quando observada ao longo do tempo, a série para unidades geográficas maiores, tal como os Coredes, mostra maior estabilidade.
FEE/Centro de Indicadores Econômicos e Sociais/Núcleo de Indicadores Sociais