Vendas externas recordes de soja em grãos e de automóveis de passageiros impulsionam o volume histórico do período e a maior receita desde 2013
No 1.° trimestre de 2017, as exportações gaúchas totalizaram US$ 3,318 bilhões, uma elevação de US$ 509,2 milhões em relação ao mesmo período de 2016 (18,1%). Tal crescimento deu-se pelo aumento tanto da quantidade embarcada ao exterior (13,3%) quanto do preço médio dos produtos exportados (4,3%). Com isso, o Rio Grande do Sul contribuiu com 6,6% das vendas externas brasileiras, aparecendo como o sexto maior estado exportador, atrás de São Paulo (22,1%), Minas Gerais (13,3%), Rio de Janeiro (12,1%), Paraná (7,9%) e Pará (6,9%). As receitas no trimestre voltaram a crescer após quatro anos, e os preços, após dois anos. Foi registrado o maior volume embarcado da história para um 1.° trimestre, além das maiores receitas desde 2013. O desempenho positivo das exportações gaúchas segue o desempenho positivo brasileiro (mais 24,4% em valor), embora a magnitude do crescimento do volume exportado tenha sido menor que a do RS (mais 2,5%), mas, quanto ao preço, maior (mais 21,3%).
A elevação de US$ 509,2 milhões do valor exportado pelo Rio Grande do Sul no trimestre é resultado do crescimento tanto das receitas das vendas de produtos básicos (mais US$ 236,6 milhões; 20,9%) quanto das de produtos industrializados (mais US$ 275,7 milhões; 16,6%), que agregam os produtos semimanufaturados (que recuaram US$ 30,3 milhões; -7,7%) e os manufaturados (que cresceram US$ 306,0 milhões; 24,2%). Em termos de volume, os embarques de produtos básicos e manufaturados cresceram, com destaque para os primeiros (mais 27,1% e 7,9% respectivamente), e os dos semimanufaturados recuaram (-9,5%). Por outro lado, no que tange aos preços médios dos bens comercializados, cresceram os dos semimanufaturados (mais 2,0%) e os dos manufaturados (mais 15,1%), enquanto decresceram os dos básicos (-4,9%).
O produto que registrou o maior crescimento em suas receitas foi a soja em grãos (mais US$ 286,0 milhões, 235,6% em valor e 194,7% em volume). Foram embarcadas 1,031 milhão de toneladas no trimestre, um valor, além de recorde histórico, maior do que a soma dos primeiros trimestres dos últimos quatro anos. O mesmo vale quando se analisam as receitas auferidas. Ademais, 99,7% da soja vendida em 2017 foram embarcados para a China. Caso as vendas de soja, em 2017, repetissem o desempenho de 2016, o Estado iria de um crescimento de 18,1% em valor para um de 7,9% e de um aumento de 13,3% em volume para uma queda de 5,6%. A grande quantidade comercializada do grão é resultado das vendas de janeiro e março, as quais registraram recordes históricos para os respectivos meses, resultado tanto da venda do estoque da safra passada, que parte dos produtores decidiu segurar, ficando à espera de preços mais competitivos, quanto da esperada supersafra, que já vem trazendo dificuldades de armazenagem para os produtores do Estado.
Os embarques de automóveis de passageiros (mais US$ 77,9 milhões, 147,8% em valor e 165,2% em volume) também registraram recorde histórico para o 1.° trimestre, com quantidades e receitas superiores aos primeiros trimestres dos últimos três anos. Neste trimestre, foram vendidas 15,9 mil unidades de automóveis, enquanto foram embarcadas 12,9 mil unidades no somatório do mesmo período dos últimos três anos. Em relação ao 1.° trimestre de 2016, o crescimento de 9,977 mil unidades vendidas deu-se, sobretudo, pelas vendas para a Argentina (aumento de 4,813 mil unidades) e o Chile (elevação de 3,478 mil unidades), na esteira da celebração de acordos automotivos que vêm sendo feitos desde o ano de 2015, em especial com os países latino-americanos, além da recessão no mercado interno.
Outros produtos que mais contribuíram para o crescimento das receitas nos três primeiros meses de 2017 foram a carne de frango, com maior embarque desde 2008 (mais US$ 54,9 milhões, 24,8% em valor e 7,3% em volume), a carne suína, com maior embarque desde 2009 (mais US$ 31,6 milhões, 40,6% em valor e 1,3% em volume) e os hidrocarbonetos (mais US$ 30,6 milhões, 59,9% em valor e 3,4% em volume). Em contrapartida, os produtos que apresentaram as maiores retrações nas receitas foram fumo em folhas (menos US$ 111,0 milhões, -40,5% em valor e -35,6% em volume), celulose (menos US$ 58,4 milhões, -34,2% em valor e -20,7% em volume), arroz em grãos (menos US$ 28,2 milhões, -36,3% em valor e -51,1% em volume), couros e peles (menos US$ 20,0 milhões, -17,4% em valor e -12,0% em volume) e farelo de soja (menos US$ 11,6 milhões, -8,1% em valor e -10,3% em volume).
Os principais produtos vendidos no ano, até agora, são soja em grão (12,3% da pauta estadual), carne de frango (8,3%), polímeros (7,9%), fumo em folhas (4,9%) e farelo de soja (4,0%).
Os principais países de destino dos produtos gaúchos no trimestre foram China (17,6%), Argentina (11,1%), Estados Unidos (8,6%), Chile (3,7%) e Rússia (3,0%). Já os maiores crescimentos (e os principais produtos que contribuíram para tanto) foram verificados para China (mais US$ 313,5 milhões; soja em grãos), Argentina (mais US$ 112,9 milhões; automóveis de passageiros e máquinas agrícolas) e Chile (mais US$ 60,8 milhões; automóveis de passageiros). Por seu turno, as maiores retrações de valor foram registradas para Bélgica (menos US$ 23,1 milhões; polímeros e fumo em folhas), Venezuela (menos US$ 19,2 milhões; arroz em grãos) e Vietnã (menos US$ 18,6 milhões; trigo em grãos).
Março: exportações de soja em grãos e automóveis impulsionam receitas, vendas externas de carnes recuam
Em março de 2017, as exportações gaúchas somaram US$ 1,309 bilhão, um crescimento de US$ 169,4 milhões em relação a março de 2016 (14,9%), influenciado pelo aumento dos preços dos produtos exportados (mais 18,7%), na medida em que o volume embarcado recuou 3,3%. Os principais destaques positivos foram o crescimento das receitas das vendas de soja em grãos (mais US$ 184,2 milhões, 292,4% em valor, 241,8% em volume e 14,8% em preços) e automóveis de passageiros (mais US$ 42,0 milhões, 172,2% em valor, 193,2% em volume e -7,2% em volume).
No contexto da Operação Carne Fraca da Polícia Federal e de seus possíveis desdobramentos para as exportações brasileiras e de outros estados que não possuem frigoríficos na lista (como o Rio Grande do Sul), as receitas das exportações gaúchas de carnes (considerando as de frango, suína e bovina) cresceram 10,3%, com redução de 8,7% no volume embarcado e elevação de 20,7% nos preços. Separadamente, cada um dos três referidos tipos de carne registrou recuos em seus embarques em relação a março de 2016: -5,5% nas carnes de frango, -18,4% nas carnes suínas e -9,9% nas carnes bovinas.
Tabelas
Mensal
- Tabela 1 – Exportações do Brasil e Regionalizações — março/2017
- Tabela 2 – Exportações por fator agregado do Rio Grande do Sul —março/2017
- Tabela 3 – Exportações por fator agregado e principais produtos do Rio Grande do Sul —março/2017
- Tabela 4 – Exportações, segundo países de destino, do Rio Grande do Sul —março/2017
Acumulado do ano
- Tabela 5 – Exportações do Brasil e Regionalizações — jan.-mar./2017
- Tabela 6 – Exportações por fator agregado do Rio Grande do Sul — jan.-mar./2017
- Tabela 7 – Exportações por fator agregado e principais produtos do Rio Grande do Sul — jan.-mar./2017
- Tabela 8 – Exportações, segundo países de destino, do Rio Grande do Sul — jan.-mar./2017