Queda nas receitas e no volume exportado, principalmente em setembro, fez com que o Estado perdesse uma posição no comparativo com o ano passado
No terceiro trimestre de 2016, as exportações do Rio Grande do Sul totalizaram US$ 4,784 bilhões, uma queda de US$ 734,0 milhões em relação ao mesmo período de 2015 (13,3%). Em volume, as vendas externas recuaram 11,5%, e os preços médios dos produtos exportados apresentaram um leve declínio de 2,0%. Já o desempenho nacional foi superior: queda de 2,1% em valor, aumento de 0,2% em volume, e redução de 2,3% em preços. O estado gaúcho ficou como o quarto maior exportador, com 9,7% das vendas externas brasileiras, perdendo, assim, uma posição para o Rio de Janeiro.
O principal fator desse recuo expressivo no terceiro trimestre de 2016 foi a queda do mês de setembro, pois, nesse mês, em 2015, houve a venda do casco da plataforma P-67 para a China (que, sozinha, representava US$ 394,2 milhões), o que implicou, na comparação, uma retração de 37,9% em valor e 34,8% em volume para o mês de setembro de 2016. Em termos comparativos com a série histórica de preços, a tendência crescente que vinha sendo observada desde março sofreu um declínio no mês de setembro.
A redução de US$ 734,0 milhões das receitas foi puxada pela retração das divisas, com as vendas de produtos básicos, de US$ 193,5 milhões (6,5%), e, principalmente, pelo recuo expressivo dos produtos manufaturados, de US$ 517,6 milhões (24,7%). Por outro lado, os produtos semimanufaturados cresceram US$ 12,7 milhões (3,4%). Dessa forma, a participação dos básicos na pauta exportadora gaúcha atingiu 58,5% no terceiro trimestre. Em termos de volume, os básicos e os manufaturados apresentaram retração: -13,0% e -11,9% respectivamente, enquanto os semimanufaturados registraram um aumento de 16,8% de volume embarcado. Em relação às variações de preço no terceiro trimestre, os básicos, os semimanufaturados e os manufaturados registraram, respectivamente, aumento de 7,4%, queda de 11,5% e queda de 14,6%. Os preços dos produtos básicos vêm apresentando tendência histórica crescente desde março de 2016, sendo influenciados pela recuperação dos preços de algumas commodities.
Neste trimestre, em relação aos produtos básicos, as principais retrações das exportações vieram da soja em grão (US$ -106,4 milhões: -6,7% em valor, -15,9% em volume e aumento de 10,9% em preços), do fumo em folhas (US$ 54,3 milhões: -6,7% em valor, -15,9% em volume e aumento de 9,4% em preços) e do farelo de soja (US$ 47,4 milhões: 18,4% em valor, 3,4% em volume e 14,5% em preços). As vendas da soja em grão, em 2016, foram as menores para o terceiro trimestre, desde 2012, ano em que houve quebra de safra. Em contrapartida, aumentaram as vendas de farelo de soja (US$ 47,4 milhões: 18,4% em valor, 3,4% em volume e elevação de 14,5% em preços), gomas e resinas (US$ 1,8 milhão: 106,2% em valor, 92,3% em volume e 7,2% em preços) e carnes de bovinos (US$ 1,5 milhão: 11,0% em valor, queda de 1,0% em volume e aumento de 12,1% em preços).
No que tange aos produtos semimanufaturados, cresceram as exportações de óleo de soja em bruto (US$ 16,7 milhões: 28,8% em valor, 29,2% em volume e -0,4% em preços). Por outro lado, retraíram-se as vendas de couros e peles (US$ -15,9 milhões: -14,1% em valor, -6,4% em volume e -8,2% em preços). Um produto que constantemente recebia destaque positivo dessa classe de produtos nos últimos meses era a celulose, devido ao incremento da capacidade produtiva da Celulose Riograndense; no entanto, neste terceiro trimestre, devido à base de comparação não estar mais tão defasada, sua variação foi de apenas 2,1%, passando de US$ 119,0 milhões para US$ 121,4 milhões.
Já nos manufaturados, as principais quedas das vendas foram de polímeros plásticos (US$ -91,9 milhões: -27,7% em valor, -15,5% em volume e -14,4% em preços), gasolina (US$ -42,3 milhões: -95,6% em valor, -92,6% em volume e -40,2% em preços) e leite e creme de leite (US$ -38,5 milhões: -78,0% em valor, 76,4% em volume e -6,8% em preços). Em contrapartida, aumentaram as vendas de automóveis (US$ 47,0 milhões: 156,1% em valor, 143,8% em volume e 5,0% em preços), calçados (US$ 26,1 milhões: 28,2% em valor, 46,9% em volume e -12,7% em preços) e chassis com motor e carrocerias (US$ 18,5 milhões: 47,9% em valor, 79,4% em volume e -17,6% em preços).
Os principais produtos exportados pelo Rio Grande do Sul, no terceiro trimestre, foram soja em grão (31,3%), fumo em folhas (9,9%), farelo de soja (6,4%), carne de frango (5,6%) e polímeros plásticos (5,0%).
China (31,2%), Estados Unidos (7,1%), Argentina (7,1%), Bélgica (3,9%) e Irã (3,6%) foram os principais destinos dos produtos gaúchos. Já os maiores crescimentos — e o principal produto que contribuiu para tanto — foram observados nas exportações para o Irã (US$ 141,4 milhões; soja em grão), a Bélgica (US$ 59,3 milhões; fumo em folhas) e a Argentina (US$ 28,4 milhões; automóveis). Por seu turno, os maiores recuos das vendas, em valor, foram registrados para China (US$ -729,6 milhões; soja em grão), Venezuela (US$ -118,2 milhões; carne de frango) e Vietnã (US$ -111,3 milhões; soja em grão).
Mês de setembro: queda acentuada devido à venda da plataforma P-67 para a China em 2015
Durante o mês de setembro, as exportações gaúchas somaram US$ 1,3 bilhão, um recuo de US$ 795,5 milhões em valor (-37,9%), resultando em retração de 34,8% em volume e 4,8% em preços. Tal recuo em valor se explica por dois fatores com intensidade similar: o primeiro se trata da retração nos setores de manufaturados (US$ -389,0 milhões), devido ao fato de um casco da plataforma P-67 ter sido vendido para a China, em setembro de 2015, e o segundo foi a queda dos produtos básicos (US$ -386,5 milhões) causada pela redução das exportações da soja em grão e do fumo (US$ -255,3 e US$ -144,1 milhões respectivamente).
Os produtos com os maiores crescimentos em valor, em setembro, foram automóveis, farelo de soja, chassis com motor e carrocerias, calçados e carne de suíno. Já plataformas de perfuração (devido à plataforma P-67), soja em grão, fumo em folha, polímeros plásticos e óleo de soja foram os produtos com maiores perdas em receitas. Os principais destinos dos produtos gaúchos foram China (16,7%), Argentina (9,5%) e Estados Unidos (7,5%).
Tabelas
Mensal
- Tabela 1 – Exportações do Brasil e Regionalizações — setembro/2016
- Tabela 2 – Exportações por fator agregado do Rio Grande do Sul — setembro/2016
- Tabela 3 – Exportações por fator agregado e principais produtos do Rio Grande do Sul —setembro/2016
- Tabela 4 – Exportações, segundo países de destino, do Rio Grande do Sul —setembro/2016
Terceiro trimestre
- Tabela 5 – Exportações do Brasil e Regionalizações — 3º trim./2016
- Tabela 6 – Exportações por fator agregado do Rio Grande do Sul — 3º trim./2016
- Tabela 7 – Exportações por fator agregado e principais produtos do Rio Grande do Sul — 3º trim./2016
- Tabela 8 – Exportações, segundo países de destino, do Rio Grande do Sul — 3º trim./2016
Acumulado do ano
- Tabela 9 – Exportações do Brasil e Regionalizações — jan.-set./2016
- Tabela 10 – Exportações por fator agregado do Rio Grande do Sul — jan.-set./2016
- Tabela 11 – Exportações por fator agregado e principais produtos do Rio Grande do Sul — jan.-set./2016
- Tabela 12 – Exportações, segundo países de destino, do Rio Grande do Sul — jan.-set./2016