A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulga as estatísticas do emprego formal celetista do agronegócio do Rio Grande do Sul e do Brasil referentes a agosto de 2016. As estatísticas geradas tomam por base os dados brutos disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Nesse mês, a FEE também atualizou as séries históricas de estimativa de estoque de empregos formais no setor com base nas últimas informações da Relação Anual de Informações Sociais, referentes ao ano de 2015.
Em seguida, são descritos os resultados do Rio Grande do Sul para o mês de agosto e para o acumulado do ano de 2016, assim como a variação do estoque de trabalhadores em relação a agosto de 2015.
Mês de agosto
No mês de agosto, foi registrado um saldo negativo de 1.738 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul, o que representa uma queda de 0,5% no número total de empregos formais do setor, comparativamente a julho. Esse saldo é resultado da diferença entre o número de admissões (11.502) e o de desligamentos (13.240) de trabalhadores formais celetistas nas atividades características do agronegócio.
Trata-se do quinto mês consecutivo de perda de empregos no Rio Grande do Sul. Comparativamente ao mês anterior, houve crescimento nas admissões e estabilidade nos desligamentos, resultando em menor perda de empregos.
Dois dos três segmentos que compõem o agronegócio registraram saldo positivo de empregos em agosto. No segmento “dentro da porteira”, formado de atividades características da agropecuária, foram criados 735 postos de trabalho, o que equivale a uma alta de 0,9% no estoque. Os setores de destaque nesse segmento foram os de produção de lavouras temporárias (mais 404 postos; alta de 1,3% no estoque) e permanentes (mais 171 postos; alta de 1,9% no estoque).
No segmento “antes da porteira”, composto de atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária, houve criação de 555 postos formais de trabalho (alta de 1,4% no estoque de empregos em relação a julho). O destaque foi o setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários, que, depois de 24 meses de queda, voltou a registrar saldo positivo de empregos (mais 338 postos). Nesse período, em razão da redução dos investimentos realizados pelos agricultores brasileiros, houve perda de mais de um quarto do estoque de empregos formais nesse setor da indústria gaúcha. A criação de empregos em agosto reflete a retomada da produção nacional de tratores, colheitadeiras e pulverizadores, registradas nas estatísticas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (alta de 16,4% em relação a julho de 2016 e de 12,3% em relação a agosto de 2015).
O segmento “depois da porteira”, composto predominantemente de atividades agroindustriais, foi o único com perda de empregos formais no agronegócio gaúcho em agosto (menos 3.028 postos; queda de 1,5% no estoque). A intensificação dos desligamentos no setor de fabricação de produtos do fumo foi a principal responsável por esse desempenho. Houve perda de 3.215 postos de trabalho na indústria fumageira gaúcha no mês, o que representa uma queda de 30,4% no número empregos existentes em julho. No Vale do Rio Pardo, região que concentra essa indústria, uma parcela expressiva da mão de obra contratada nos primeiros meses do ano para o processamento do fumo é desmobilizada a partir do segundo semestre. Historicamente, no mês de agosto de cada ano, esse movimento intensifica-se, o que explica a perda de empregos no setor.
Acumulado do ano
Apesar da perda de postos de trabalho nos últimos cinco meses, no acumulado do ano o saldo de empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho continua positivo. Entre janeiro e agosto de 2016, foram criados 1.868 postos de trabalho, o que representa uma alta de 0,6% em relação ao estoque de empregos formais de 31 de dezembro de 2015. O resultado é muito similar ao verificado em igual período de 2015, quando o saldo foi de 1.925 empregos.
Até agosto, os setores com maior criação de empregos foram os de fabricação de produtos do fumo (1.677 postos; alta de 29,6% no estoque), de produção de lavouras permanentes (1.585 postos; alta de 20,5% no estoque), de fabricação de adubos e fertilizantes (604 postos; alta de 17,5% no estoque) e de produção florestal (559 postos; alta de 10,5% no estoque). Por outro lado, os setores com maior perda de empregos em 2016 são os de produção de lavouras temporárias (-1.005 postos; queda de 3,0% no estoque), de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (-664 postos; queda de 2,8% no estoque), de produção de sementes e mudas certificadas (-546 postos; queda de 30,0% no estoque) e de laticínios (-473 postos; queda de -5,0% no estoque).
Últimos 12 meses
Comparativamente a agosto de 2015, o estoque de empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho reduziu-se de 322.870 para 318.731, o que equivale a uma queda de 1,3%. Portanto, nesse período, foram perdidos 4.139 postos de trabalho no setor.
Nos últimos 12 meses, o único segmento com criação de empregos foi o “dentro da porteira” (mais 900 postos; alta de 1,1% no estoque). Nesse segmento, as maiores expansões no emprego ocorreram nos setores de produção florestal (mais 443 postos; alta de 8,1% no estoque) e de produção de lavouras temporárias (mais 270 postos; alta de 0,8% no estoque).
No segmento “antes da porteira”, entre agosto de 2015 e agosto de 2016, houve perda de 2.226 postos de trabalho (queda de 5,2% no estoque). Apesar dos recentes sinais de reaquecimento da atividade, o setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários perdeu 2.559 postos de trabalho no período (queda de 10,0% no estoque).
A maior redução no estoque de empregos continua sendo verificada no segmento “depois da porteira” (menos 2.813 postos; queda de 1,4% no estoque). Os setores do segmento com as maiores perdas de empregos foram os de fabricação de produtos do fumo (-1.951 postos; queda de 21,0% no estoque) e de fabricação de produtos intermediários de madeira (-533 postos; queda de 5,4% no estoque).