A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulga as estatísticas do emprego formal celetista do agronegócio do Rio Grande do Sul e do Brasil referentes a setembro de 2017. As estatísticas geradas tomam por base os dados brutos disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Em seguida, são descritos, brevemente, os resultados do Rio Grande do Sul para o mês de setembro, o acumulado do ano e os últimos 12 meses.
Setembro de 2017
No mês de setembro, foi registrado saldo negativo de empregos formais no agronegócio do Rio Grande do Sul. O número de admissões (9.564) foi inferior ao de desligamentos (12.615), resultando na perda de 3.051 postos de trabalho com carteira assinada. Esse foi o sexto mês consecutivo com saldo negativo de empregos.
Em setembro, dois dos três segmentos do agronegócio gaúcho registraram saldo negativo de empregos. A perda mais substancial deu-se no segmento “depois da porteira”, formado por atividades agroindustriais e de comércio atacadista (-3.221 postos). Como tipicamente ocorre nesse período do ano, o setor de fabricação de produtos de fumo liderou os desligamentos no mês, tendo apresentado um saldo negativo de 3.861 empregos com carteira assinada. A desmobilização desse setor — concentrada nos Municípios de Santa Cruz do Sul e de Venâncio Aires — teve início em junho, com picos em agosto e setembro. Na contramão do movimento geral do agronegócio, o setor com maior criação de vagas no mês foi o de abate e fabricação de produtos de carne (mais 436 postos). Esse desempenho foi determinado, principalmente, pelo crescimento das admissões no Município de Alegrete. A reabertura de um importante frigorífico no município gerou, desde agosto, a criação de mais de 500 postos de trabalho com carteira assinada na atividade de abate de reses.
No segmento “antes da porteira”, constituído por atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária, houve perda de 79 postos de trabalho. Nesse segmento, o setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários registrou a maior queda de empregos com carteira assinada em setembro (-179 postos).
O segmento composto por atividades características da agropecuária (segmento “dentro da porteira”) foi o único a registrar criação de empregos (mais 249 postos de trabalho). Contribuiu decisivamente para esse desempenho o setor de produção de lavouras temporárias, responsável pela criação de 408 empregos com carteira assinada. Em razão do início da mobilização de mão de obra para a implantação da safra de verão, registrou-se saldo positivo em 340 empregos na atividade de cultivo de cereais.
Na comparação com setembro do ano anterior, a perda de postos de trabalho em 2017 foi superior, com diferença de 2.531 empregos. Enquanto, em setembro de 2016, foram perdidos 520 empregos, em 2017 a perda foi de 3.051 postos com carteira assinada. O setor com maior queda no saldo de empregos, na comparação desses dois meses, foi o de fabricação de produtos do fumo, com 2.497 desligamentos a mais em setembro de 2017, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Conforme relatado nos acompanhamentos conjunturais anteriores, em 2017 a indústria fumageira foi favorecida pela expansão da oferta de matéria-prima agrícola para processamento, o que se traduziu na maior demanda por mão de obra e no alongamento do tempo médio dos contratos temporários característicos dessa atividade. Isso ajuda a explicar o fato de, em setembro de 2017, os desligamentos estarem acima da média histórica para o mês.
Acumulado no ano
No acumulado de janeiro a setembro, foram criados 211 empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho. Em igual período de 2016, o saldo entre admissões e desligamentos era de 1.491 empregos, resultando, portanto, em uma variação negativa de 1.280 postos.
Os setores com maior criação de empregos em 2017 foram os de produção de lavouras permanentes (mais 1.254 postos), fabricação de produtos do fumo (mais 1.117 postos) e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (mais 792 postos). Por outro lado, os setores com maior fechamento de vagas foram os de produção de sementes e mudas certificadas (-1.542 postos), de fabricação de conservas (-1.356 postos) e de produção de lavouras temporárias (-602 postos) (Tabela 1).
Na comparação entre dos primeiros nove meses de 2016 com os de 2017, o setor que mais melhorou seu saldo de empregos no período foi o de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários, seguido pelo de fabricação de produtos do fumo. Já os setores que mais pioraram seu saldo de empregos em relação a 2016 foram os de produção de sementes e mudas certificadas, de fabricação de conservas e de produção florestal.
Últimos 12 meses
Nos últimos 12 meses (out./2016-set./2017), foram criados 428 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio gaúcho. Os setores com maior criação de empregos nesse período foram os de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 679 postos), de fabricação de produtos do fumo (mais 634 postos) e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (mais 440 empregos).
Em contrapartida, entre os setores que seguem apresentando saldo negativo de empregos nos últimos 12 meses, os destaques são os de curtimento e preparações do couro (-605 empregos), de abate e fabricação de produtos da carne (-496 empregos) e da pecuária (-377 empregos).
Em termos relativos, comparando-se a variação nos saldos de empregos nos últimos 12 meses, observa-se que o setor que mais melhorou sua condição foi o de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários. Enquanto, no período out./2015-set./2016, foram fechados 2.141 postos, refletindo a queda nas vendas que se acentuou a partir do segundo semestre de 2014, nos últimos 12 meses foram criados 440 empregos no setor. Por outro lado, os setores que apresentam as quedas mais expressivas foram os de produção florestal e de abate e fabricação de produtos de carne.
No Gráfico 2, são apresentadas as informações sobre o número de empregos nos cinco principais setores empregadores formais do agronegócio do Rio Grande do Sul. A diferença nos estoques de emprego de cada setor equivale ao saldo nos últimos 12 meses.