Em agosto de 2017, as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 1,2 bilhão. Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, ocorreram quedas no valor (-10,0%), no volume (-2,2%) e nos preços médios praticados (-8,0%). Em termos absolutos, a redução nas exportações foi de US$ 129,0 milhões.
Os cinco principais setores exportadores do agronegócio em agosto de 2017 foram: complexo soja (US$ 651,8 milhões), carnes (US$ 181,8 milhões), fumo e seus produtos (US$ 158,8 milhões), produtos florestais (US$ 42,0 milhões) e couros e peleteria (US$ 32,2 milhões).
Comparativamente a agosto de 2016, a queda no valor exportado foi condicionada, sobretudo, pelo resultado dos seguintes setores: complexo soja (menos US$ 70,1 milhões, -9,7%), fumo e seus produtos (menos US$ 39,4 milhões, -19,9%) e máquinas e implementos agrícolas (menos US$ 17,6 milhões, -64,8%). A queda nas exportações do complexo soja foi determinada pelas vendas de farelo e óleo de soja, que recuaram, respectivamente, 55,6 e 43,8% em relação a agosto de 2016. O valor das exportações do grão de soja cresceu 1,7%, com alta de 16,6% no volume e queda de 12,8% nos preços médios. No mês de agosto, foi embarcado 1,5 milhão de toneladas de soja em grão a partir do Rio Grande do Sul.
Na contramão da tendência geral, o setor que apresentou maior elevação no valor exportado foi o de carnes, com acréscimo de US$ 12,3 milhões (alta de 7,3% em valor e de 9,3% em volume). O crescimento das exportações de carnes deve-se principalmente às vendas de carne suína (15,7% em valor e 6,3% em volume), tendo Rússia e Hong Kong como principais incrementos absolutos observados no mês. O segundo maior crescimento nas exportações do agronegócio verificou-se no setor de cereais farinhas e preparações, movimento explicado pela elevação expressiva nas vendas de arroz (66,1% em valor e 130,0% em volume), sobretudo para o Senegal.
Os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho foram: China (52,5%), União Europeia (13,0%), Estados Unidos (3,5%), Rússia (3,1%) e Coreia do Sul (2,7%). Esses destinos concentraram 74,8% do valor das vendas externas em agosto. Comparativamente a agosto de 2016, o Irã foi responsável pela maior redução absoluta em valor (menos US$ 80,5 milhões, -77,7%), seguido da União Europeia (menos US$ 63,0 milhões, -29,5%), da Índia (menos US$ 23,2 milhões; -89,9%) e da Arábia Saudita (menos US$ 14,6 milhões, -48,5%). As quedas nas vendas para o Irã concentraram-se no complexo soja, notadamente a soja em grão. Para a União Europeia, os setores que apresentaram as maiores reduções foram o do complexo soja (farelo de soja), de fumo e seus produtos e de produtos florestais (celulose). A Índia reduziu suas importações de óleo de soja e de celulose, e, para a Arábia Saudita, houve reduções nas exportações de carne de frango e de farelo de soja.
Acumulado do ano
No acumulado de janeiro a agosto de 2017, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 7,4 bilhões, valor 5,9% menor ao registrado em igual período de 2016. A dinâmica das vendas externas foi caracterizada por apresentar reduções no volume embarcado (-3,2%) e nos preços médios (-2,9%).
Nos primeiros oito meses de 2017, os setores mais importantes para as exportações do agronegócio gaúcho foram: complexo soja (US$ 3,8 bilhões), carnes (US$ 1,3 bilhão), fumo e seus produtos (US$ 788,3 milhões), produtos florestais (US$ 411,4 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 286,4 milhões).
Comparativamente a igual período de 2016, o setor de fumo e seus produtos foi o que apresentou a maior queda absoluta no valor exportado (menos US$ 150,6 milhões, -16,0%). Esse movimento ainda encontra explicação no recuo da produção colhida em 2016 no Rio Grande do Sul (-21,6%). Com a recuperação da safra de fumo em 2017 e o consequente aumento da oferta de matéria-prima disponível para processamento, projeta-se um crescimento nos volumes embarcados nos próximos meses.
Os setores que apresentaram a segunda e a terceira maiores quedas absolutas nos valores exportados foram os do complexo soja (menos US$ 142,5 milhões, -3,6%) e de produtos florestais (menos US$ 119,5 milhões, -22,5%). No complexo soja, o produto que determinou a queda nas vendas foi o farelo de soja, com reduções em valor (-24,6%), volume (-15,4%) e nos preços médios (-10,9%). A União Europeia e a Coreia do Sul são as principais importadoras do farelo de soja do RS e apresentaram as maiores reduções absolutas nas compras, comparativamente a 2016. O valor das exportações de soja em grão, principal produto da pauta gaúcha, segue praticamente estável (-0,2%). A produção recorde na safra 2016/2017 contribuiu para o incremento nos embarques, mas a redução nas cotações internacionais condicionou o valor exportado. Conjuntamente com a queda nos preços externos, a valorização cambial e os elevados estoques mundiais de soja conformaram um ambiente menos favorável à comercialização.
Já as exportações do setor de produtos florestais, que estavam em queda desde o início do ano, tendem a se intensificar nos próximos meses. A Celulose Riograndense anunciou uma interrupção programada da produção até novembro, devido ao acidente em uma caldeira ocorrido no mês de fevereiro.
Dentre os setores com elevação no valor exportado em 2017, destacam-se os de carnes (mais US$ 60,5 milhões, 4,8%), de demais máquinas e equipamentos agropecuários e suas partes (mais US$ 21,5 milhões, 38,6%) e de frutas e suas conservas e preparações (mais US$ 12,9 milhões, 76,7%). O crescimento nas exportações do setor de carnes foi impulsionado pela elevação nos preços médios das carnes suína (30,1%) e de frango (4,3%). No setor de demais máquinas e equipamentos agropecuários e suas partes, destacam-se as vendas de peças e conjuntos de máquinas para serem montados na Argentina. Já no setor de frutas e suas conservas, as exportações de maçãs para a União Europeia e Bangladesh garantiram o terceiro maior crescimento absoluto do acumulado do ano em 2017.
Em se tratando dos destinos das vendas do agronegócio gaúcho em 2017, os destaques são: China (45,1%), União Europeia (13,0%), Rússia (3,6%), Estados Unidos (3,3%) e Coreia do Sul (2,9%). Esses destinos concentraram 67,8% das exportações do período. As principais quedas absolutas nas vendas ocorreram para a União Europeia (menos US$ 191,6 milhões, -16,6%), com destaque para o farelo de soja, a celulose e produtos do fumo. O Irã e o Paquistão foram responsáveis pela segunda e a terceira maiores quedas nas exportações, tendo reduzido especialmente as compras de soja em grão. Outras quedas expressivas ocorreram para os Estados Unidos (fumo, produtos florestais e couros) e a Venezuela (carne de frango, arroz e leite em pó).
Embora os números agregados revelem queda nas vendas externas em 2017, vale destacar o crescimento nas exportações do complexo soja para a China, da carne suína para a Rússia, da carne de frango para o Egito e de componentes de máquinas agrícolas para a Argentina.