Em novembro de 2016, as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 746,6 milhões. Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, ocorreram quedas em valor (11,7%) e volume (32,5%) e alta nos preços médios (30,9%). Em termos absolutos, a redução no valor exportado foi de US$ 98,5 milhões.
No mês, os cinco principais setores exportadores do agronegócio foram fumo e seus produtos (US$ 208,0 milhões), carnes (US$ 166,8 milhões), complexo soja (US$ 147,5 milhões), produtos florestais (US$ 77,4 milhões) e couros e peleteria (US$ 28,6 milhões). Entre os principais setores, fumo e seus produtos e produtos florestais foram os únicos que apresentaram crescimento no volume embarcado, respectivamente, de 19,4% e 22,7%.
O resultado do mês de novembro foi condicionado pelas reduções nas exportações do complexo soja (US$ -145,7 milhões; -49,7%), do setor de cereais, farinhas e preparações (US$ -28,4 milhões; -66,1%) e de couros e peleteria (US$ -11,7 milhões; -29,1%). Por outro lado, as maiores variações absolutas positivas foram registradas no setor de fumo e seus produtos (mais US$ 96,7 milhões; 86,9%), demais máquinas e equipamentos agropecuários e suas partes (mais US$ 6,7 milhões; 143,7%) e adubos e fertilizantes (mais US$ 4,1 milhões; 123,5%).
Os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho em novembro deste ano foram China (32,8%), União Europeia (14,4%), Arábia Saudita (4,6%), Irã (4,4%) e Estados Unidos (4,2%). Esses cinco destinos concentraram 60,3% das exportações do setor em novembro. A União Europeia foi responsável pela maior queda absoluta em valor (US$ -77,2 milhões; -41,8%), seguida da Coreia do Sul (US$ -32,3 milhões; -80,6%), da Venezuela (US$ -23,8 milhões; -45,9%) e da Tailândia (US$ -21,9 milhões; -94,5%). As reduções nas vendas para União Europeia e Coreia do Sul concentraram-se no complexo soja, enquanto, para a Venezuela, ocorreram quedas nos setores de carnes — particularmente as carnes de frango —, de cereais, farinhas e preparações e de animais vivos. Ajudou a atenuar a queda nas exportações de novembro o incremento nas vendas de tabaco não manufaturado para a China e de óleo de soja para o Irã. Os incrementos observados nas exportações para a Argentina concentraram-se no macrossetor de insumos, máquinas e equipamentos de uso agropecuário, com destaque para as maquinas e os implementos agrícolas, assim como suas partes e peças.
Acumulado do ano
No acumulado de janeiro a novembro de 2016, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 10,3 bilhões, o que representa uma queda de 6,8% em relação a 2015. Nesse período, a dinâmica das vendas externas foi caracterizada por apresentar queda acentuada nos volumes embarcados (-7,7%) e pequena elevação nos preços (1,0%). Observa-se que, até o mês de agosto, a trajetória das exportações do agronegócio gaúcho foi similar à verificada no ano anterior. Contudo, a partir de setembro houve uma queda nas exportações para um patamar inferior ao observado em 2015.
Até novembro, os setores mais importantes para o agronegócio gaúcho foram complexo soja (US$ 4,7 bilhões), carnes (US$ 1,8 bilhão), fumo e seus produtos (US$ 1,5 bilhão), produtos florestais (US$ 713,2 milhões) e couros e peleteria (US$ 394,2 milhões). Nesse período, o complexo soja foi o setor com maior queda absoluta em valor (US$ -537,7 milhões; -10,4%). Embora tenha ocorrido uma pequena elevação nos preços médios (1,7%), o menor volume embarcado (-11,9%) foi determinante para o desempenho do setor.
Comparativamente aos 11 primeiros meses de 2015, o setor de cereais, farinhas e preparações apresentou a segunda maior queda absoluta no valor exportado (US$ -278,6 milhões; -43,9%). O setor de carnes registrou a terceira maior redução no valor exportado (US$ -60,5 milhões; -3,3%). Apesar da elevação nos volumes embarcados, principalmente para as carnes suína (21,9%) e bovina (6,3%), a redução nos preços médios foi determinante para o resultado do setor.
No acumulado entre janeiro e novembro de 2016, os principais destinos das exportações gaúchas do agronegócio foram China (38,4%), União Europeia (15,3%), Estados Unidos (3,7%), Irã (3,6%) e Coreia do Sul (3,3%). As principais reduções absolutas ocorreram nas vendas para China (US$ -277,3 milhões; -6,6%), Vietnã (US$ -247,0 milhões; -59,9%) e Venezuela (US$ -208,5 milhões; -56,7%). O complexo soja foi o setor com maior redução absoluta nas exportações para a China e o Vietnã. Para a Venezuela, a principal redução nas exportações ocorreu no setor de carnes, notadamente a carne de frango. Também foram verificadas significativas reduções no setor lácteo (leite em pó) e de máquinas e implementos agrícolas (tratores agrícolas). No acumulado no ano, o Irã, o Paquistão e os Estados Unidos aparecem como destaques positivos, com importantes incrementos nas exportações do complexo soja entre os asiáticos e no setor dos produtos florestais (celulose) e fumo e seus produtos (tabaco não manufaturado) para o país norte-americano.