No mês de abril de 2016, foi registrado um saldo negativo de 3.535 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul. Essa é a diferença entre o número de admissões (12.716) e de desligamentos (16.251) de trabalhadores formais celetistas nas atividades que compõem o agronegócio.
Esse movimento de queda no emprego formal do agronegócio gaúcho é característico do segundo trimestre, quando o ritmo de contratações diminui e acontece a desmobilização de parte da mão de obra contratada para a colheita, o recebimento e a comercialização da safra de verão.
Em abril, o saldo foi negativo nos três segmentos do agronegócio: “antes da porteira” (menos 216 postos), “dentro da porteira” (menos 2.155 postos) e “depois da porteira” (menos 1.164 postos). Na agropecuária, destacam-se os resultados dos setores de produção de lavouras permanentes (menos 1.441 postos) e de produção de lavouras temporárias (menos 573 postos). As estatísticas indicam que o principal fator explicativo dessa queda foi o desligamento de trabalhadores ocupados nas atividades da colheita da maçã e do arroz.
No segmento “depois da porteira”, o setor de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais foi o que apresentou maior perda de empregos (menos 986 postos). Destaca-se o saldo negativo das atividades de comércio atacadista de soja (menos 662 postos) e de animais vivos, alimentos para animais e matérias-primas agrícolas (menos 270 empregos). O setor de moagem e fabricação de produtos amiláceos também desempregou (-223 postos), afetado pelo desempenho das atividades de beneficiamento e fabricação de produtos do arroz (-133 empregos) e de moagem de trigo e fabricação de derivados (-49 empregos). A criação de 343 empregos no setor de abate e fabricação de produtos de carne foi o destaque positivo.
No segmento “antes da porteira”, a indústria gaúcha de máquinas e equipamentos agropecuários segue apresentando redução em seu quadro funcional. Abril foi o 21.º mês consecutivo com saldo negativo de empregos no setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários no Rio Grande do Sul.
Em termos regionais, a maior perda de empregos formais no agronegócio gaúcho ocorreu no Município de Vacaria (menos 1.155 empregos). O município é o principal produtor de maçã do Rio Grande do Sul e se utiliza de mão de obra contratada em caráter temporário para o período da safra. Outros municípios que contribuíram para o movimento de queda no emprego formal do agronegócio foram Caxias do Sul (cultivo de frutas de lavoura permanente), Uruguaiana (cultivo de cereais), Cachoeirinha (fabricação de produtos do fumo) e Santa Cruz do Sul (processamento do fumo).
Apesar da perda de empregos em abril, o saldo acumulado no ano permanece positivo, com criação de 17.521 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio gaúcho. Esse resultado pode ser explicado pelo desempenho dos setores de fabricação de produtos do fumo (mais 7.949 empregos), comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 3.361), produção de lavouras permanentes (mais 2.399), moagem e fabricação de produtos amiláceos (mais 1.604) e produção de lavouras temporárias (mais 1.459). O saldo dos quatro primeiros meses de 2016 é superior ao do mesmo período de 2015, quando foram gerados 16.220 empregos com carteira assinada no agronegócio.
NOTA: As estatísticas de emprego do agronegócio calculadas pela FEE abrangem exclusivamente o emprego formal celetista (com carteira assinada). Portanto, não alcançam a totalidade do pessoal ocupado — formal ou informalmente — nas atividades econômicas do agronegócio. Para maiores informações sobre os procedimentos metodológicos e as fontes dos dados brutos, consultar a Nota Técnica.
FEE/Centro de Estudos Econômicos e Sociais/Núcleo de Estudos do Agronegócio.