Após seis meses de queda, emprego formal no agronegócio gaúcho apresenta saldo positivo em outubro

A Fundação de Economia e Estatística (FEE) está divulgando as estatísticas do emprego formal celetista do agronegócio do Rio Grande do Sul e do Brasil referentes a outubro de 2016. As estatísticas geradas tomam por base os dados brutos disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Em seguida, são descritos os resultados do Rio Grande do Sul para o mês de outubro, o acumulado do ano e os últimos 12 meses, comparativamente a igual período anterior.

Mês de outubro

Após seis meses de queda, no mês de outubro foi registrado saldo positivo de 2.958 empregos formais celetistas no agronegócio, no Rio Grande do Sul. Em relação a setembro, houve um crescimento de 0,9% no estoque de empregos do setor, que soma 321.178 postos de trabalho.

O saldo positivo registrado em outubro resulta da combinação do crescimento das admissões e da queda dos desligamentos no agronegócio.

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O movimento de criação de postos de trabalho foi generalizado entre os três segmentos do agronegócio gaúcho: “antes”, “dentro” e “depois da porteira”. O destaque foi o segmento “depois da porteira”, composto predominantemente de atividades agroindustriais, que registrou a abertura de 1.798 postos de trabalho em outubro. Os setores com maior criação de vagas foram os de comércio atacadista de produtos agroindustriais (mais 1.245 vagas; alta de 3,1% no estoque) e fabricação de conservas (mais 253 vagas; alta de 12,6% no estoque).

No segmento “antes da porteira”, constituído de atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária, foram criados 281 postos de trabalho, com destaque para o setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (mais 144 vagas; alta de 0,6% no estoque). Esse setor, após registrar 24 meses de queda no emprego, apresentou saldo positivo pelo terceiro mês consecutivo. Portanto, há evidências consistentes de recuperação na indústria gaúcha de máquinas e equipamentos agropecuários.

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O segmento “dentro da porteira”, formado de atividades características da agropecuária, gerou 879 postos de trabalho em outubro. Os setores com maior criação de vagas nesse segmento foram os de produção de lavoura temporária (mais 498 postos; alta de 1,5% no estoque), apoio à agropecuária e à produção florestal (mais 123 postos; alta de 1,2% no estoque) e produção de lavouras permanentes (mais 112 postos; alta de 1,3% no estoque).

Em outubro, o setor que registrou a maior perda de empregos celetistas no agronegócio gaúcho foi o de fabricação de produtos do fumo (-183 postos, queda de 3,1% no estoque). Nesse setor, a desmobilização da mão de obra contratada para realizar o beneficiamento do fumo colhido nos primeiros meses do ano é praticamente completa.

 Acumulado do ano

Apesar de ter registrado perda de empregos formais entre abril e setembro, no acumulado do ano o saldo continua positivo no agronegócio gaúcho. Entre janeiro e outubro, foram gerados 4.315 postos de trabalho, o que representa uma alta de 1,4% em relação ao número de empregos formais existentes em 31 de dezembro de 2015. Esse saldo é significativamente superior ao observado no mesmo período de 2015, quando haviam sido criados apenas 351 postos de trabalho no agronegócio gaúcho nos 10 primeiros meses do ano.

Os principais setores responsáveis por esse desempenho são os de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 2.049 postos; alta de 5,2% no estoque), de produção de lavouras permanentes (mais 1.200 postos; alta de 15,6% no estoque) e de produção florestal (mais 694 postos; alta de 13,0% no estoque). Os setores com pior desempenho foram os de produção de sementes e mudas certificadas (menos 515 vagas; queda de 28,3% no estoque) e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (menos 347 postos; queda de 1,5% no estoque).

 

Últimos 12 meses

Comparativamente a outubro de 2015, o estoque de empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho mantém-se estável. Rigorosamente, o número de empregos formais do setor no Rio Grande do Sul reduziu-se de 321.295 em outubro de 2015 para 321.178 em outubro de 2016, havendo uma perda de 117 postos de trabalho nos últimos 12 meses.

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A análise dos últimos 12 meses revela que o único segmento do agronegócio com saldo positivo foi o “dentro da porteira” (mais 1.106 postos; alta de 1,3% no estoque). Os setores de maior destaque nesse segmento são os de produção florestal (mais 634 vagas; alta de 11,8% no estoque) e de produção de lavouras permanentes (mais 467 vagas; alta de 5,5% no estoque).

No segmento “depois da porteira”, houve uma perda de 253 postos de trabalho, o que equivale a uma redução 0,1% no número de empregos, comparativamente a outubro de 2015.  O setor com maior criação de empregos nesse segmento foi o de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 961 postos; alta de 2,4% no estoque). O destaque negativo foi o setor de fabricação de produtos do fumo, que perdeu 1.060 postos de trabalho desde outubro de 2015, o que representa uma queda de 15,5% no estoque. Esse movimento ainda é reflexo da frustração da safra brasileira de fumo, que apresentou queda de produção de 21,9%, segundo as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por fim, no segmento “antes da porteira” houve perda de 970 postos de trabalho nos 12 meses analisados (queda de 2,3% no estoque). O movimento decorre principalmente da desmobilização de mão de obra no setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (menos 1.477 postos; queda de 5,9% no estoque). A retomada de criação de empregos no setor nos últimos três meses (mais 654 postos) não foi suficiente para compensar o saldo negativo dos nove meses anteriores (menos 2.131 postos).

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