A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulga as estatísticas do emprego formal celetista do agronegócio do Rio Grande do Sul e do Brasil referentes a maio de 2017. As estatísticas geradas tomam por base os dados brutos disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Em seguida, são descritos, brevemente, os resultados do Rio Grande do Sul para o mês de maio, o acumulado do ano e os últimos 12 meses.
Maio de 2017
No mês de maio, foi registrado saldo negativo de empregos formais no agronegócio do Rio Grande do Sul. O número de admissões (10.527) foi inferior ao de desligamentos (17.471), resultando na perda de 6.944 postos de trabalho com carteira assinada. O mês de maio segue o movimento sazonal de desmobilização de mão de obra iniciado em abril, devido ao encerramento da colheita da safra de verão.
Em maio, os três segmentos do agronegócio gaúcho registraram saldo negativo de empregos, com destaque para os segmentos “depois da porteira” (menos 3.801 postos) e “dentro da porteira” (menos 3.043 postos). No segmento “depois da porteira”, o setor com maior fechamento de postos de trabalho foi o de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (menos 2.075 empregos), destacando-se, as atividades de comércio atacadista de soja (menos 968 empregos) e de comércio atacadista de animais vivos, alimentos para animais e matérias-primas agrícolas (menos 686 empregos). No setor de moagem e fabricação de produtos amiláceos, houve redução de 1.190 postos de trabalho. O movimento foi determinado, sobretudo, pela atividade de beneficiamento de arroz.
No segmento “dentro da porteira”, composto por atividades agropecuárias, o setor que mais desempregou em maio foi o de produção de lavouras temporárias (menos 1.561 empregos), sobretudo na atividade de cultivo de cereais (menos 1.101 postos). O setor de produção de lavouras permanentes registrou saldo negativo de 882 postos de trabalho em maio, influenciado pela continuidade da desmobilização de trabalhadores temporariamente ocupados na colheita da maçã.
O segmento “antes da porteira”, constituído de atividades dedicadas à oferta de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária, foi o que apresentou o menor fechamento de vagas no mês de maio (menos 100 empregos). O setor de fabricação de sementes e mudas certificadas foi responsável pela perda de 242 empregos. Já o setor de fabricação de adubos e fertilizantes foi o que mais criou vagas nesse mês (mais 174 postos).
Na comparação com maio do ano anterior, a perda de postos de trabalho foi ligeiramente menor: menos 7.058 em 2016 contra menos 6.944 em 2017. Os setores que mais melhoraram sua condição em maio de 2017, comparativamente a igual mês de 2016, foram os de produção de lavouras permanentes e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários.
Acumulado no ano
Nos cinco primeiros meses do ano (janeiro a maio), foram criados 10.677 empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho. Esse número é praticamente idêntico ao observado em igual período de 2016, quando foram criados 10.668 empregos.
Os setores com maior criação de empregos em 2017 foram os de fabricação de produtos do fumo, de produção de lavouras permanentes e de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais. Por outro lado, os setores com maior fechamento de vagas foram os de produção de sementes e mudas certificadas, de fabricação de conservas e de abate e fabricação de produtos de carne (Tabela 1).
Na comparação entre os primeiros cinco meses de 2016 e de 2017, observa-se que o setor que mais melhorou seu saldo de empregos no período foi o de fabricação de produtos do fumo, seguido pelo setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários. A indústria fumageira gaúcha foi beneficiada pela condição da safra local de fumo, que se recuperou em relação ao ano anterior, quando o rendimento físico foi impactado por adversidades climáticas. Contudo, em razão a sazonalidade da oferta de matéria-prima em condições de processamento, espera-se que, nos próximos meses, ocorra a desmobilização de parcela expressiva da mão de obra contratada pela indústria nos primeiros meses do ano.
No que se refere à indústria de máquinas e equipamentos agropecuários, observa-se uma significativa melhora na dinâmica do mercado de trabalho, tendo passado de um saldo negativo de 904 postos nos primeiros cinco meses de 2016 para a criação de 832 vagas no corrente ano. Um dos motivos apontados para essa recuperação é a produção recorde de grãos no Brasil, que deve atingir 238,6 milhões de toneladas segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outro setor com significativa criação de vagas é o de produção de lavouras permanentes. Essa melhora ocorreu, sobretudo, devido ao cultivo de maçã, que apresentou aumento de 20,4% em sua produção em 2017. Por outro lado, os setores que mais pioraram seu saldo de empregos em relação aos primeiros cinco meses de 2016 foram os de abate e fabricação de produtos de carne e de fabricação de conservas.
Últimos 12 meses
Impulsionado pelos empregos criados no primeiro trimestre de 2017, o saldo de empregos criados nos últimos 12 meses (jun./2016-maio/2017) é positivo, equivalente a 1.691 empregos. Os setores com maior criação de empregos nesse período foram os de fabricação de produtos do fumo (mais 1.657 postos), de produção de lavouras permanentes (mais 1.629 postos) e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (mais 894 postos). Entre os setores que continuam a apresentar saldo negativo de empregos nos últimos 12 meses, os destaques são os de abate e fabricação de produtos de carne (menos 1.831 postos) e de curtimento e preparações do couro (menos 885 empregos). O setor que mais melhorou seu saldo no período foi o de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários, que apresentava um saldo negativo de 4.030 vagas no intervalo de jun./2015 a maio/2016.
No Gráfico 2, são apresentadas as informações do número de empregos nos oito principais setores empregadores formais do agronegócio do Rio Grande do Sul. A diferença nos estoques de emprego de cada setor equivale ao saldo nos últimos 12 meses.