A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulga as estatísticas do emprego formal celetista do agronegócio do Rio Grande do Sul e do Brasil referentes a novembro de 2016. As estatísticas geradas tomam por base os dados brutos disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Em seguida, são descritos os resultados do Rio Grande do Sul para o mês de novembro, o acumulado do ano e os últimos 12 meses, comparativamente a igual período anterior.
Mês de novembro
Seguindo o movimento de recuperação iniciado em outubro, o emprego formal celetista no agronegócio gaúcho voltou a apresentar saldo positivo em novembro de 2016. A diferença entre o número de admissões e o de desligamentos foi de 4.048, o que representa um crescimento de 1,3% no estoque de empregos do setor.
Assim como em outubro, o movimento de criação de postos de trabalho foi generalizado entre os três segmentos do agronegócio gaúcho: “antes”, “dentro” e “depois da porteira”. O melhor resultado ocorreu no segmento “antes da porteira”, constituído de atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária. Esse segmento registrou saldo de 1.426 empregos, o melhor resultado desde novembro de 2013. O desempenho é explicado pelas admissões no setor de produção de sementes e mudas certificadas (mais 1.702 empregos; alta de 130,1% no estoque). Por outro lado, após três meses de saldo positivo, o setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários voltou a desempregar. Em novembro, foram perdidos 169 empregos no setor, o que representa uma queda de 0,7% no estoque em relação a outubro.
O segmento “depois da porteira”, composto predominantemente de atividades agroindustriais, registrou saldo positivo de 1.391 postos de trabalho. O principal determinante para a formação desse saldo foi o setor de fabricação de conservas, responsável pela criação de 2.340 empregos em novembro (alta de 103,8% no estoque). O setor de comércio atacadista foi o que apresentou o pior resultado nesse segmento (menos 566 empregos) em razão das quedas registradas nas atividades comerciais atacadistas de soja, hortifrutigranjeiros e outras matérias-primas agropecuárias.
No segmento “dentro da porteira”, formado de atividades características da agropecuária, o saldo foi de 1.231 empregos. Nesse segmento, destacam-se positivamente os setores de produção de lavouras temporárias (mais 628 empregos; aumento de 1,9% no estoque) e permanentes (mais 303 empregos; aumento de 3,4% no estoque). No último trimestre do ano, em razão do avanço da safra de verão, é comum a ocorrência de um aquecimento temporário do mercado de trabalho. Como se depreende a partir da análise das informações, as contratações não estão restritas às atividades agropecuárias, mas são diretamente relacionadas ao seu desempenho.
Acumulado do ano
No acumulado de janeiro a novembro, o saldo de empregos formais celetistas no agronegócio gaúcho foi positivo. No período, foram criados 8.446 empregos, o que representa um aumento de 2,7% em relação ao número de empregos formais existentes em 31 de dezembro de 2015. Esse saldo é significativamente superior ao observado no mesmo período de 2015, quando haviam sido criados 3.780 postos de trabalho no agronegócio gaúcho.
Os principais setores responsáveis por esse desempenho foram os de fabricação de conservas (mais 2.162 vagas; aumento de 88,9% no estoque), de produção de lavouras permanentes (mais 1.507 vagas; aumento de 19,5% no estoque) e de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 1.490 postos; aumento de 3,8% no estoque). Nos 11 primeiros meses de 2016, o setor que apresentou o pior desempenho foi o de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários. Apesar da recuperação recente, entre agosto e outubro, o número de empregos no setor foi 2,2% menor ao verificado em 31 de dezembro de 2015 (menos 514 vagas).
Últimos 12 meses
Comparativamente a novembro de 2015, o estoque de empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho manteve-se praticamente estável (alta de 0,2%). Rigorosamente, o número de empregos formais do setor no Rio Grande do Sul aumentou de 324.725 em novembro de 2015 para 325.309 em novembro de 2016, havendo uma criação de 584 postos de trabalho nos últimos 12 meses.
Apesar de o resultado geral conduzir a uma percepção de estabilidade do emprego nos últimos 12 meses, alguns setores apresentaram aumento substancial na criação de vagas. Destacam-se a produção de sementes e mudas certificadas (mais 1.359 empregos; alta de 82,3% de estoque), o comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 1.005 vagas; alta de 2,5% no estoque), a fabricação de conservas (mais 785 vagas; alta de 20,6% no estoque) e a produção florestal (mais 600 vagas, alta de 11,1% no estoque).
Os setores com os piores desempenhos nos últimos 12 meses foram os de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (menos 1.275 postos, queda de 5,2% no estoque), produção de lavouras permanentes (menos 697 vagas; queda de 7,0% no estoque) e fabricação de produtos do fumo (menos 505 postos; queda de 8,1% no estoque).
Considerando os resultados de novembro, os cinco setores do agronegócio gaúcho que mais empregaram mão de obra com carteira assinada são os de abate e fabricação de produtos de carne, de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais, de produção de lavouras temporárias, da pecuária e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários.