A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulga as estatísticas do emprego formal celetista do agronegócio do Rio Grande do Sul e do Brasil referentes a novembro de 2017. As estatísticas geradas tomam por base os dados brutos disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Em seguida, são descritos, brevemente, os resultados do Rio Grande do Sul para o mês de novembro, o acumulado do ano e os últimos 12 meses.
Novembro de 2017
No mês de novembro, foi registrado saldo positivo de empregos formais no agronegócio do Rio Grande do Sul. O número de admissões (14.570) foi superior ao de desligamentos (10.418), resultando na criação de 4.152 postos de trabalho com carteira assinada. Esse foi o segundo mês consecutivo com saldo positivo de empregos no setor.
Em novembro, assim como registrado em outubro, os três segmentos do agronegócio gaúcho registraram saldo positivo de empregos. O resultado mais expressivo ocorreu no segmento “dentro da porteira”, formado por atividades características da agropecuária (mais 2.243 postos). Nesse segmento, os setores de produção de lavouras permanentes e temporárias lideraram a criação de empregos, tendo registrado, respectivamente, saldos positivos de 1.448 e 518 postos de trabalho. A atividade que mais contribuiu para esse saldo foi a de cultivo de frutas, com mobilização expressiva de mão de obra para a colheita da maçã no Município de Vacaria (mais 1.341 postos).
No segmento “antes da porteira”, constituído por atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária, foram criados 1.283 postos de trabalho com carteira assinada. O setor de produção de sementes e mudas certificadas registrou o maior saldo positivo, de 1.749 empregos. Esse movimento concentrou-se no Município de Cruz Alta, onde foram criados 1.729 empregos nesse setor. Em novembro, os destaques negativos no segmento “antes da porteira” foram os setores de fabricação de adubos e fertilizantes (-266 postos) e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (-240 postos). Com o avanço no ciclo vegetativo das culturas de verão, o último trimestre do ano é marcado pela redução da atividade da indústria de fertilizantes para uso agrícola. Na indústria de máquinas e implementos, os últimos meses do ano também não costumam ser favoráveis para a criação de empregos. Segundo as estatísticas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção brasileira de máquinas agrícolas registrou queda de 11% em novembro, comparativamente ao mês anterior, variação que contribui para explicar o encolhimento do quadro funcional das empresas do setor no Rio Grande do Sul.
No segmento “depois da porteira”, composto por atividades agroindustriais e de comércio atacadista, houve incremento de 626 postos de trabalho. Nesse segmento, foram criados 774 empregos no setor de fabricação de conservas e 417 empregos no setor de abate e fabricação de produtos de carne. Por outro lado, o setor com maior saldo negativo foi o de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (menos 414 postos), notadamente da soja, cujas empresas incrementaram os desligamentos em função da redução nas movimentações de carga.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o acréscimo de postos de trabalho em 2017 foi superior, com diferença de 114 empregos. Enquanto, em novembro de 2016, foram criados 4.038 empregos, em 2017 o incremento foi de 4.152 postos com carteira assinada. Na comparação desses dois meses, o setor com maior variação positiva no saldo de empregos, foi o de produção de lavouras permanentes.
Acumulado no ano
No acumulado de janeiro a novembro de 2017, foram criados 8.075 empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho. Em igual período de 2016, o saldo entre admissões e desligamentos foi de 8.554 empregos, resultando, portanto, em uma variação negativa de 479 postos.
Os setores com maior criação de empregos em 2017 foram os de produção de lavouras permanentes (2.655 postos), de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 1.344 postos) e de abate e fabricação de produtos de carne (mais 884 postos). Por outro lado, os setores com maior fechamento de vagas no ano foram os de produção florestal (-334 postos) e de curtimento e preparações do couro (-333 postos).
Na comparação entre os 11 primeiros meses de 2016 e de 2017, o setor que mais melhorou seu saldo de empregos no período foi o de produção de lavouras permanentes, seguido pelos de abate e fabricação de produtos de carne e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários. Já os setores que mais pioraram seu saldo de empregos foram os de fabricação de conservas e de produção florestal (Tabela 1). Sobre este último setor, vale referir o arrefecimento da demanda por matéria-prima no Estado, reforçada pelos meses de parada técnica da planta industrial da empresa Celulose Rio-Grandense.
Últimos 12 meses
Nos últimos 12 meses (out./2016-nov./2017), foram criados 1.230 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio gaúcho.
Os setores com maior criação de empregos nesse período foram os de produção de lavouras permanentes (mais 1.167 postos) e de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 839 postos). Entre os setores que seguem apresentando saldo negativo de empregos nos últimos 12 meses, os destaques são os de fabricação de conservas (-994 postos), curtimento e preparações do couro (-491 postos), produção florestal (-406 postos) e pecuária (-366 postos).
No Gráfico 2, são apresentadas as informações do número de empregos com carteira assinada nos seis principais setores empregadores do agronegócio do Rio Grande do Sul. A diferença nos estoques de emprego de cada setor equivale ao saldo nos últimos 12 meses.