Indústria de máquinas e implementos agrícolas

A produção agrícola brasileira cresceu aceleradamente nos anos recentes, alavancada pela alta dos preços internacionais dos alimentos, pelo avanço da área plantada e por substanciais ganhos de produtividade.

O RS é o maior produtor nacional de máquinas e implementos agrícolas. A capitalização do produtor rural e a melhoria do crédito contribuíram para o crescimento de 79%  na produção de máquinas e equipamentos no RS entre 2002 e 2014. Esse desempenho ocorreu em um momento de baixo dinamismo do restante da índustria gaúcha.

Dia3_Gráficos1

Refletindo o crescimento do setor, entre 2006 e 2013, o número de empregos formais nas atividades de fabricação de tratores e máquinas e equipamentos agropecuários do RS passou de 14.630 para 30.426. Desse total de empregos, aproximadamente 70% estão situados nas regiões das aglomerações industriais do setor.

O RS conta com três aglomerações produtivas de máquinas e implementos agrícolas, localizadas na região noroeste: Pré-colheita (fabricação de produtos para as atividades de nutrição e preparação do solo e plantação e cultivo agrícola, como semeadeiras, pulverizadores e implementos), Colheita (colheitadeiras) e Pós-Colheita (equipamentos para recebimento, beneficiamento e armazenagem de grãos).

Dia3_Gráficos2

Depois de registrar um recorde histórico em 2013, as vendas do setor recuaram, e a indústria gaúcha passou a enfrentar dificuldades. O cenário de deterioração das condições de crédito, elevação dos custos de produção e incerteza quanto à receita futura da atividade criou um ambiente menos favorável à realização de investimentos pelos agricultores.

Os números da Anfavea, acumulados até junho de 2015, indicam uma queda na quantidade vendida de tratores (-22%), colheitadeiras de grãos (-32%) e pulverizadores autopropelidos (-36%) no Brasil. Trata-se do pior momento vivido pela indústria nacional de máquinas agrícolas desde o ano de 2009.

Empregos

No RS, a crise na indústria refletiu-se no mercado de trabalho. Em 2014, o saldo entre trabalhadores celetistas admitidos e desligados no setor foi negativo no Estado (-2.147). No primeiro semestre de 2015, o saldo continua negativo e já se aproxima do observado no ano anterior (-2.135). Os piores resultados são observados nos Municípios de Panambi (aglomeração Pós-Colheita), Santa Rosa (aglomeração Colheita), Não-Me-Toque e Passo Fundo (aglomeração Pré-Colheita).

 

Dia3_Gráficos3

Exportações

Há pelo menos uma década, verifica-se a tendência de diminuição da participação das exportações na produção nacional de máquinas agrícolas. Parte substancial desse movimento pode ser atribuída à expansão do mercado interno, mas a diminuição no ritmo das vendas para outros países, principalmente para a Argentina, também contribuiu. Para a indústria gaúcha de máquinas agrícolas, é preocupante a passagem da Argentina de principal cliente externo à potencial concorrente nos mercados sul-americanos e africanos.

A redução das vendas para a Argentina está associada a uma política de substituição de importações. O Governo argentino, vislumbrando os potenciais transbordamentos de renda da agricultura para a indústria local e a oportunidade de melhorar a balança comercial de um setor historicamente deficitário, lançou mão de uma série de medidas restritivas às importações e de fomento à produção doméstica.

Dia3_Gráficos4

Para a Expointer 2015, projeta-se que a comercialização de máquinas e implementos agrícolas dificilmente atingirá o patamar registrado no ano anterior, quando superou os R$ 2,7 bilhões. Ainda assim, mesmo nos anos de crise, a realização da feira oferece oportunidades para o produtor rural conhecer as inovações do setor e avaliar possibilidades de negócios.

A equipe do Núcleo de Estudos do Agronegócio da FEE está trabalhando para o lançamento de novos indicadores ainda em 2015.

Acesse a íntegra do Painel do agronegócio no RS – 2015.