Queda da indústria provoca recuo de 1,3% na taxa trimestral do PIB do RS

No primeiro trimestre de 2015, contra igual trimestre do ano anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul apresentou sua quarta queda consecutiva com uma taxa negativa de 1,3%.

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Na composição da taxa trimestral do PIB, os impostos caíram 3,0%, e o VAB, 1,1%. Dos grandes setores da economia do Estado, a indústria foi aquele que apresentou o pior desempenho, com queda do VAB de 6,9%. Isso não foi compensado pelo crescimento de 1,1% da agropecuária e pela variação de 0,5% nos serviços.

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O crescimento de 1,1% do VAB da agropecuária foi resultado principalmente da concentração da colheita do arroz (1,9%) e do início da colheita da soja no trimestre (15,9%), apesar do recuo de 13,6% na produção da maçã.

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A queda do VAB da indústria em 6,9% ocorreu principalmente devido à redução de 8,6% da indústria de transformação, a maior queda desde a crise de 2009. As maiores contribuições para o decréscimo da transformação vieram da produção de máquinas e equipamentos (-24,3%), veículos automotores (-14,9%) e produtos de metal (-14,2%). Do total de 14 atividades, apenas a fabricação de bebidas (11,4%) e a de produtos químicos (3,8%) cresceram no trimestre.

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O VAB da construção civil também recuou no trimestre (-3,9%), juntamente com o agregado das demais indústrias (extrativa mineral, eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana), que apresentou variação negativa de 1,2% em seu VAB.

O VAB do setor serviços obteve aumento de 0,5%, puxado pelo crescimento da administração pública (2,8%), apesar do recuo do comércio (-6,4%), o maior registrado na série do PIB trimestral iniciada em 2002. As principais contribuições negativas dessa atividade vieram da venda de veículos (-17,9%), tecidos, vestuário e calçados (-11,5%) e eletrodomésticos (-11,8%), e as positivas, dos artigos farmacêuticos e outros (2,5%) e equipamentos e materiais de escritório (7,3%).

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Na taxa acumulada em quatro trimestres, o PIB gaúcho apresentou queda de 1,4%. Nesse resultado, o VAB total caiu 1,2%, enquanto os impostos decresceram 2,8%. O VAB da agropecuária caiu 0,4%. A indústria total recuou 5,4%, com o VAB da indústria de transformação caindo 6,6% e o da construção civil recuando 5,4%. O setor serviços variou 0,2%, com o comércio caindo 2,2% e os aluguéis subindo 2,7%.

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em relação ao quarto trimestre de 2014, na série com ajuste sazonal, o Produto Interno Bruto gaúcho cresceu 0,9% no primeiro de 2015, principalmente devido à maior participação dos serviços no último trimestre do ano.

Com a revisão das taxas do quarto trimestre de 2014, houve mudanças na taxa do acumulado de 2014, com a variação do PIB anual passando a apresentar um decréscimo de 0,3%. Tal resultado decorreu de mudanças nas taxas da construção civil, que passaram para uma queda de 4,6%, e as dos demais serviços, que passaram para uma variação positiva de 0,3%. Com base nessa revisão, o valor corrente do PIB do Rio Grande do Sul, em 2014, passa a ser estimado em R$ 330,604 bilhões, com crescimento dos preços de 6,8%, e o PIB per capita, em R$ 29.499, com uma redução de 0,8% em termos de volume, em relação ao de 2013.

Os resultados das Contas Trimestrais do Rio Grande Sul não podem ser comparados com os das Contas Trimestrais do Brasil, devido à mudança metodológica realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no indicador nacional. A compatibilização das séries será possível apenas depois da divulgação das Contas Regionais pelo IBGE no final de 2015.