A recuperação do emprego formal na Região Metropolitana de Porto Alegre

Ao se examinarem as informações estatísticas da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA) do período 1993-2012, dois movimentos distintos aparecem nitidamente: um de contração de oportunidades do nível do emprego formal na década de 90, e outro de expansão dos postos de trabalho com vínculos formais, em maior proporção que os vínculos informais, na primeira década do século XXI. De fato, o desempenho favorável da ocupação a partir de 2000 deveu-se sobremaneira ao crescimento do emprego assalariado do setor privado com carteira de trabalho assinada. Com esse resultado, inverteu-se a tendência à precarização do trabalho evidenciada nos anos 90, quando se registrou uma variação positiva de apenas 0,3% no total de ocupações assalariadas formais entre 1993 e 1998, passando-se para um crescimento de 26,4% entre 1999 e 2007 e de 18,4% entre 2008 e 2012, um ganho substancial para o emprego formalizado nesse período. Note-se que, mesmo com a crise econômico-financeira de 2008, essa trajetória favorável não se viu interrompida.

Portanto a retomada do crescimento do contingente de trabalhadores formais na segunda década em estudo é uma das marcas contundentes das mudanças recentes no mercado de trabalho regional. Assim, no decorrer deste texto, serão analisados três aspectos que merecem destaque no período 1999-2012: a expressiva ampliação do emprego formal em setores que apresentam, tradicionalmente, condições mais precárias de inserção ocupacional, tais como a construção civil, o comércio e os serviços; a melhoria da qualidade do emprego; e a diminuição da desigualdade de rendimentos entre os assalariados do setor privado.