FEE aborda evolução da mão de obra no Rio Grande do Sul

A População em Idade Ativa (PIA), que compreende as pessoas com idade igual ou superior a 15 anos e inferior a 65 anos, somou, em 2013, 7,8 milhões no Estado, o equivalente a 69,4% do total da população. Esse número representa a mão de obra potencial do Rio Grande do Sul, que apresentou tendência de aumento até 2010, estabilizando-se a partir de então. O mesmo comportamento foi observado no Brasil, cujo percentual chegou a 68,8%.

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A População Economicamente Ativa (PEA), por outro lado, que compreende as pessoas ocupadas ou que estão à procura de emprego, mostrou retração como proporção da PIA no Estado. O bom momento econômico verificado nos anos 2000, traduzido em expansão dos salários dos trabalhadores brasileiros e gaúchos, gerou dois efeitos distintos nas escolhas dos indivíduos. O primeiro, chamado efeito-renda, dá-se quando o aumento da renda familiar permite que parte de seus membros se torne menos disposto a trabalhar. Por exemplo, jovens podem preferir dedicar-se apenas aos estudos, e pessoas de idade avançada podem aposentar-se. O segundo, chamado de efeito-substituição, diz respeito ao fato de que o aumento dos salários torna mais atrativo o ingresso na força de trabalho daqueles que não estariam dispostos a trabalhar por um salário menor.

Analisando a proporção entre a PEA e a PIA, percebe-se que houve, nos últimos anos, uma redução das pessoas mais jovens (com idade entre 15 e 20 anos) na força de trabalho, sinalizando que o primeiro efeito (renda) se sobrepôs ao segundo (substituição) no período.

Oferta de Mão de Obra_Certo

A população ocupada do Rio Grande do Sul cresceu 13,1% entre 2001 e 2013, passando de 5,0 milhões para 5,6 milhões de pessoas. Desse total, 3,8 milhões são empregados do setor público (646 mil) e privado (3,1 milhões).

Formalidade

A taxa de formalidade da economia gaúcha, quando se analisa o setor privado exclusivamente, ou seja, excluindo os funcionários públicos e militares da amostra, passou de 74,6% para 84,1% entre 2001 e 2013. O mesmo movimento foi verificado no Brasil, onde o percentual foi de 67,5% para 78,6% no mesmo período. Na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), a taxa de formalidade do setor privado é um pouco maior do que a do Estado, sendo de 84,6% em 2013.

É importante destacar que, tanto para o Estado quanto para a RMPA, a taxa de formalidade poderia ser maior na ausência do salário mínimo nacional (SM) e do piso regional que vigora no Rio Grande do Sul para determinadas categorias estabelecidas em lei desde 2001. Artigo do Economista da FEE Guilherme Stein estima o efeito dessas políticas sobre o tamanho do mercado de trabalho formal nas ocupações e atividades contempladas na primeira faixa do piso regional na RMPA para os anos de 2002 e 2013. Os resultados mostram que, na ausência do SM e do piso regional do RS, o mercado de trabalho formal da RMPA teria sido de 82,2% em 2002 (6,1 p.p. maior do que o verificado naquele ano) e 87,8% em 2013 (3,3 p.p. superior).

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Entre 2002 e 2013, o impacto apenas do salário mínimo nacional na formalidade não apresentou muita alteração, mantendo-se em torno de 3 pontos percentuais (p.p.). Por outro lado, o impacto do piso regional do Rio Grande do Sul reduziu-se no período, passando de 3,1 p.p. para 0,4 p.p., o que pode ser explicado pela redução da diferença entre o piso do RS e o SM nacional ao longo desses anos. Enquanto de 2002 a 2004, o piso regional era 30% superior ao SM, em 2013, essa diferença foi de 13,6%.

 Acesse o relatório completo (publicado em 04/05/2015)

Expediente

Informativo elaborado pelo Centro de Documentação e Difusão de Informações e pela Assessoria de Imprensa da FEE.
Pesquisadores responsáveis: Guilherme Stein e Vanessa Sulzbach
Jornalista responsável: Roselane Vial
Projeto gráfico e diagramação: Gabriela Santos e Laura Wottrich
Fale conosco: imprensa@fee.tche.br