Exportações de fevereiro crescem em volume, puxadas pelos produtos industriais

Produtos industriais registraram crescimento tanto em valor quanto em volume, e produtos básicos perderam participação na pauta

Em fevereiro, as exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 858,8 milhões, um recuo de US$ 15,7 milhões em relação ao mesmo mês do ano anterior (-1,8%). Embora se tenha registrado tal recuo em valor, o volume embarcado ao exterior apresentou um desempenho positivo (17,6%), indicando o efeito-preço (-16,5%) como o responsável pelo recuo das divisas em dólar das exportações gaúchas. Dessa forma, o Estado perdeu duas posições em relação a 2015, saindo do 4.º lugar para o 6.º no ranking dos principais estados exportadores, sendo ultrapassado pelo Mato Grosso e pelo Paraná e mantendo- -se atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O desempenho das vendas externas do Estado foi inferior ao do Brasil, o qual cresceu 10,4% em valor e 36,0% em volume, com uma queda em preços de 18,8%.

No mês, as exportações de produtos manufaturados atingiram US$ 390,8 milhões (45,5% da pauta, diante de 44,5% em 2015); as de produtos básicos, US$ 337,5 milhões (39,3% ante 44,2% no ano passado); e as de produtos semimanufaturados, US$ 121,6 milhões (14,2%, saindo de 9,8% em 2015). A despeito da retração em valor das vendas externas, os produtos industriais (isto é, os semimanufaturados e os manufaturados) registraram crescimento tanto em valor (42,2% e 0,4% respectivamente) quanto em volume (65,6% e 22,0% respectivamente), mesmo com quedas em preços (-14,2% e -17,7% respectivamente). Por outro lado, mesmo com um ligeiro crescimento em volume (0,7%), os produtos básicos recuaram 12,8% em virtude da retração em preços (-13,4%).

Os produtos que mais contribuíram para a redução das vendas do grupo de produtos básicos foram trigo em grão (US$ -77,7 milhões; -82,9% em valor, -78,3% em volume e -21,0% em preços) e farelo de soja (US$ -36,0 milhões; -71,7% em valor, -61,1% em volume e -27,2% em preços). Por outro lado, cresceram as vendas de soja em grão (US$ 36,9 milhões), fumo em folhas (US$ 11,3 milhões; 10,6% em valor, 35,6% em volume e -18,4% em preços), carne bovina (US$ 5,1 milhões; 150,2% em valor, 168,0% em volume e -6,6% em preços) e carne suína (US$ 4,1 milhões; 22,5% em valor, 83,9% em volume e -33,4% em preços).

Ressaltam-se, também, os crescimentos em valor e volume das vendas de carne de frango e de arroz. Já as exportações de semimanufaturados cresceram em função das vendas de celulose (US$ 45,7 milhões, saindo de uma contribuição para a pauta de semimanufaturados de 6% em fevereiro de 2015 para 42% em 2016), com uma elevação de 912,9% em valor e de 979,0% em volume, apresentando retração em preços de 6,1%. Outros produtos que apresentaram destacado crescimento foram couros e peles curtidos (US$ 8,4 milhões; 24,1% em valor, 63,1% em volume e -23,9% em preços). Por seu turno, o óleo de soja em bruto foi o produto com o maior recuo (US$ -11,4 milhões).

No grupo dos manufaturados, os produtos que mais puxaram o crescimento das exportações foram polímeros plásticos (US$ 17,1 milhões; 30,5% em valor, 53,6% em volume e -15,0% em preços), calçados (US$ 7,9 milhões; 29,9% em valor, 61,9% em volume e -19,7% em preços) e automóveis (US$ 6,7 milhões; 68,0% em valor, 74,2% em volume e -3,6% em preços). O destaque negativo foi o recuo nas vendas de ônibus (US$ -11,4 milhões) e de máquinas agrícolas (US$ -5,2 milhões).

Os principais produtos vendidos em fevereiro de 2016 foram fumo em folhas (13,8% do total exportado pelo RS), polímeros plásticos (8,5%), carne de frango (8,2%), celulose (5,9%) e couros e peles curtidos (5,0%). As mercadorias vendidas que apresentaram as maiores elevações em valor no comparativo com fevereiro de 2015 foram celulose (US$ 45,7 milhões), soja em grão (US$ 37,0 milhões) e polímeros plásticos (US$ 17,1 milhões). Por outro lado, os produtos que exibiram as maiores quedas foram trigo em grão (US$ -77,7 milhões), farelo de soja (US$ -36,0 milhões), ônibus (US$ -11,4 milhões) e óleo de soja em bruto (US$ -11,4 milhões).

Os três principais destinos das exportações gaúchas em fevereiro foram Estados Unidos (12,5%), China (10,0%), Argentina (8,7%), Alemanha (3,1%) e Uruguai (3,0%). Já no comparativo com fevereiro de 2015, os maiores crescimentos do valor exportado (e os produtos que contribuíram para tanto) foram registrados para China (US$ 64,9 milhões; soja em grão e celulose), Estados Unidos (US$ 25,8 milhões; fumo em folhas, celulose e arroz) e Colômbia (US$ 15,2 milhões; trigo em grão). Já os maiores recuos foram para Tailândia (US$ -28,4 milhões; trigo em grão), Vietnã (US$ -28,0 milhões; trigo em grão) e Holanda (US$ -24,5 milhões; farelo de soja).

Bimestre: exportações para a China quase quadruplicam, com destaque para celulose e soja em grão

As exportações no 1.º bimestre de 2016 acumularam US$ 1,669 bilhão, uma retração de US$ 171,7 milhões (-9,3%) em relação ao mesmo período de 2015. Apesar do recuo em valor, o volume embarcado para o exterior cresceu 8,8%, enquanto os preços recuaram 16,6%. Os grupos de produtos que puxaram negativamente as exportações gaúchas foram os básicos (US$ -217,89 milhões, ou -25,7%) e os manufaturados (US$ -60,2 milhões, ou -7,4%). Contudo, enquanto o primeiro registrou retração no volume embarcado (-13,5%), o segundo apresentou crescimento (13,4%). Já os semimanufaturados exibiram desempenho positivo tanto em valor (US$ 116,6 milhões, ou 77,0%) quanto em volume (107,8%).

O recuo nas receitas em dólar das exportações no bimestre deu-se especialmente pelo recuo das vendas de trigo em grãos para Tailândia, Bangladesh, Coreia do Sul, Vietnã e Filipinas e de farelo de soja para Holanda. Por outro lado, os destaques positivos no bimestre foram, sobretudo, as vendas de celulose para a China (que cresceram US$ 53,5 milhões) e para outros 20 destinos (com crescimento de US$ 63,3 milhões), de soja em grão também para China (US$ 57,8 milhões), de polímeros plásticos para Bélgica e Estados Unidos e de automóveis para Argentina (US$ 17,1 milhões).

(Mensal)

Exportações por CNAE (Mensal)

(Acumulado do Ano)

Exportações por CNAE (Acumulado do Ano)