Apesar de preços menores, exportações em maio crescem em valor e volume

Safra de soja contribui para o resultado, com forte crescimento dos embarques para China e Paquistão

Em maio de 2016, as exportações do Rio Grande do Sul totalizaram US$ 1,766 bilhão, um crescimento de US$ 193,5 milhões em relação ao mesmo mês do ano anterior. Tal crescimento em valor, de 12,2%, deu-se a despeito da retração dos preços de 9,4%, com o volume embarcado para o exterior registrando alta de 23,9%. Foi o primeiro mês, desde novembro de 2015, em que, na base de comparação mensal, houve crescimento em valor das vendas externas do Estado. Com isso, as exportações gaúchas aumentaram sua participação nas vendas externas brasileiras (de 9,4% para 10,1%), permanecendo o RS como o terceiro maior estado exportador, atrás de São Paulo e Minas Gerais e à frente de Rio de Janeiro, Mato Grosso e Paraná.

O desempenho do Estado foi superior ao registrado pelo Brasil, que também apresentou crescimentos em valor (4,8%) e volume (14,4%) e recuo em preço (-8,4%). Dos 10 principais estados exportadores no mês, apenas São Paulo e Santa Catarina registraram recuos em valor. Ademais, todos esses estados exibiram crescimento em volume e retrações em preços.

O resultado positivo das exportações gaúchas foi influenciado pelo crescimento de todas as classes de produtos, tanto em valor quanto em volume. Todavia, grande parte do crescimento das receitas em dólar ocorreu por conta dos produtos básicos, que aumentaram em US$ 131,6 milhões suas vendas externas. Em seguida, aparecem os produtos semimanufaturados, com crescimento de US$ 64,5 milhões, e os manufaturados, com US$ 5,4 milhões. Já o maior crescimento em volume foi registrado pelos semimanufaturados (87,4%), seguidos pelos básicos (21,8%) e manufaturados (19,8%). Por sua vez, os manufaturados foram os produtos que exibiram a maior retração em preços (-15,6%), seguidos dos semimanufaturados (-10,8%) e dos básicos (-6,7%).

No que tange ao crescimento dos produtos básicos (de US$ 131,6 milhões), a soja em grão foi a grande responsável, com aumento de US$ 170,1 milhões (32,4% em valor, 38,3% em volume e -4,3% em preço), representando 39,1% do total exportado pelo Estado. Inclusive, em 2016, foi registrada a maior quantidade embarcada da série histórica para o mês de maio, totalizando 1,882 milhão de toneladas. Contudo, com preços ainda baixos, na esteira do fim do ciclo de auge dos preços das commodities, a receita em dólar dos embarques foi menor do que em outros anos com embarques menores. Entre os seis destinos da soja gaúcha no mês, a China foi o principal deles, com 80,7% do total embarcado. No comparativo a maio de 2015, houve crescimento das vendas para China (288,6 mil t.), Paquistão (184,0 mil t.), Alemanha (62,2 mil t.), Bangladesh (51,4 mil t.) e Vietnã (211 t.). Por outro lado, não foi exportada soja para Taiwan como em 2015. Os outros produtos com maiores crescimentos em valor foram carne de frango (US$ 23,2 milhões; 46,9% em volume), farelo de soja (US$ 5,2 milhões; 19,4% em volume) e carne bovina (US$ 5,1 milhões; 123,2% em volume). Por seu turno, os maiores recuos foram do fumo em folhas (US$ -36,4 milhões; -21,1% em volume), do arroz em grãos (US$ -22,4 milhões; -43,5% em volume) e do trigo em grãos (US$ -8,0 milhões; -51,2% em volume).

Já o crescimento dos produtos semimanufaturados (de US$ 64,5 milhões) continua sendo puxado pela celulose (US$ 54,2 milhões; 713,2% em valor, 772,4% em volume e -6,8% em preço), em virtude do efeito da expansão da planta da Celulose Riograndense sobre uma base de comparação ainda baixa. Também houve crescimento de US$ 9,3 milhões nas vendas de óleo de soja em bruto (46,0% em valor e 43,0% em volume).

Nos manufaturados, os maiores crescimentos foram registrados nas exportações de automóveis (US$ 9,0 milhões; 43,4% em valor, 31,5% em volume e 9,1% em preço), polímeros plásticos (US$ 8,9 milhões; 31,4% em volume) e ônibus (US$ 6,5 milhões; 176,2% em volume). Existe uma expectativa de incremento das vendas externas de automóveis ao longo do ano pela abertura de novos mercados, pela consolidação dos acordos negociados no âmbito federal e pela demanda doméstica desaquecida. A maior parte do crescimento das vendas gaúchas foi registrada para a Colômbia. Por outro lado, em relação aos maiores recuos, destacam-se os hidrocarbonetos (US$ -21,1 milhões; -68,0% em valor, -51,3% em volume e -34,2% em preço).

China (36,7%), Argentina (6,0%), Estados Unidos (5,3%), Paquistão (4,0%) e Coreia do Sul (3,2%) foram os principais destinos dos produtos gaúchos. No comparativo com maio de 2015, foram destaques positivos os crescimentos nas receitas das vendas de soja para a China (US$ 85,0 milhões) e Paquistão (US$ 70,2 milhões) e de celulose para a China (US$ 22,7 milhões). Por outro lado, sobressaíram-se os recuos das vendas de arroz para Cuba (US$ -28,8 milhões), de soja para Taiwan (US$ -16,7 milhões) e de farelo de soja para a Arábia Saudita (US$ -14,7 milhões).

Acumulado do ano: crescimento em volume e recuo nas receitas

No acumulado de janeiro a maio, as exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 5,897 bilhões, um recuo de US$ 426,0 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior (-6,7%), com crescimento no volume embarcado de 9,4% e retração dos preços de 14,8%. Com exceção dos produtos semimanufaturados, capitaneados pela celulose — que apresentou crescimento de US$ 232,8 milhões —, os outros grupos de produtos registraram recuo em suas receitas em dólar. As principais retrações em valor foram observadas em relação ao trigo em grãos (US$ -163,9 milhões; -54,8% em volume), ao farelo de soja (US$ -131,5 milhões; -12,6% em volume) e à soja em grão, que, mesmo com recuo em valor de US$ 62,0 milhões, apresentou crescimento de 7,6% em volume.

Tabelas

(Mensal)

(Acumulado do Ano)